10 de out. de 2016

Da Subida

Não, as cores não são do meu time, do nosso time.

Duas horas de viagem, uma cerveja aqui, outra acolá, e estava em Campinas. Não era o São Paulo, não era meu time, mas era decisão. O Guarani buscava o acesso para série B do Brasileirão, e teve o apoio de mais de 12 mil bugrinos pra alcançar o feito.

O verde não é meu forte, não está na minha lista de cores favoritas, mas o futebol está. A viagem, a sensação de presenciar uma decisão, viver a história, mesmo que verde, o mini trânsito de capital na rua que precede o campo, estas coisas fazem de qualquer decisão um dia diferente.

Me perguntava ao longo do caminho qual seria a diferença de torcer pro seu time na série C, B ou A, e percebi que não há. Qualificar um momento, tentar se sentir superior com seu time numa divisão acima (duas no meu caso) é pura insensatez. Entendi que não importa a divisão, a emoção permanece a mesma.

A fase não é a melhor, longe disso, os anos de ouro parecem ter ficado bem pra trás, o Brinco já não tem o mesmo brilho (nem capacidade), mas o fanatismo, a, o fanatismo permanece. Pra você, morador do Estado São Paulo, modelo econômico, sinônimo de avanço, frequentador de estádio e com pouca idade, ver uma bandeira tremular é raridade, ouvir o batuque da bateria parece algo incomum, mas lá estava, na porta (haja vista o túmulo que nossos gestores transformaram o futebol no Estado), e sustentando a esperança da subida.

Ao que tudo indica, meu pé quente foi de grande valia (das crenças de torcedor), o bugre bateu, até com certa facilidade, o esforçado mas fraco time alagoano. Subiu com uma tranquilidade que não havia no rosto do campineiro antes da partida. O resultado adverso no jogo anterior preocupava mais do que a real dificuldade que a partida ofereceu.

Ídolos foram exaltados, Fumagalli, o Fuma, com uma arrancada de 50 metros aos 40 e tantos da segunda etapa, arrancou aplausos da galera já em festa e com o 3 a 0 no bolso. O artilheiro da noite, Eliandro, correu pros braços do povo, como se fosse o salvador. Gléguer, hoje auxiliar, também participou e teve seu nome clamado pelas arquibancadas do Brinco.

Ao fim do jogo, a festa foi completa, com bombas e rojões pintando o céu, predominantemente preto e branco nos últimos tempos, de verde. A bateria voltou a tocar, as bandeiras tremeram novamente e a volta pra casa trouxe o desfecho. Havia participado de mais uma decisão, de uma festa, a festa do futebol, que mesmo lá nos calabouços da série C, ainda arrepia.

Confesso que, por alguns instantes, me senti mais um bugrino diante daquela festa.


12 de set. de 2016

Parabéns Aos Envolvidos

Nada é por acaso e não há coincidência. Estar entre os últimos de um campeonato demanda trabalho (leia-se falta de trabalho) e dedicação.

Criar um ambiente que permita a queda vertiginosa não é para qualquer borra-botas recém-formado em gestão empresarial, almofadado pelos tostões do patriarca. Não, não é simples desbravar as profundezas da tabela, encarar o bicho de frente, lutar na lama movediça que assola o fundo do poço.

Aos envolvidos, que tanto batalharam para chegar a esta situação no mínimo peculiar, deixo aqui meu nada sincero parabéns, afinal, não é do dia pra noite que podemos coroar um trabalho tão bem feito e com objetivo claro: derrubar um gigante.

A tarefa vem sendo cumprida de forma meritosa, com 90% de acerto nas questões que competem ao esdruxulismo que uma queda pode apresentar. Desde o presidente até o roupeiro (coitado, sempre sobra pra mordomo) empenhados ao máximo por conquistar este inédito objetivo para nossa gloriosa história.

A torcida, dividida, não sabe se entra no clima, fica bem quietinha em sua humilde residência e apoia morbidamente a queda, ou desaprova o belíssimo plano e comparece ao campo de batalha pra apoiar alguns coitados e combalidos “jogadores”.

Fica aqui, portanto, o reconhecimento pelo belo trabalho realizado por diretores e comparsas, afinal, reconhecimento, nesse meio, é meio caminho andado e se sintam honrados de estarem à beira da porta de entrada para a história, mesmo que não seja das formas mais convencionais para isso, mas o importante é, e sempre será, entrar para história.

25 de ago. de 2016

Afasta de Nós Esses Caras

Pai, afasta de mim esse Weslley, pai. afasta de mim esse Carlos, pai, afasta de mim esse Bastos.

Ao tricolor, o das laranjeiras, cabe a referência. Apostaria minh´alma, caso fosse possível, que o intérprete deste hino, dos mais celebres da nossa música, estaria estarrecido e aborrecido caso tivesse esse trio em seu time de coração.

Leviandade afirmar que o problema são os três somente, mas não podemos tirá-los da foto de capa da página do insucesso que permeia o tricolor, o paulista, nos últimos tempos. Atuações como a de ontem, contra o Juventude (sére C!), são de deixar qualquer torcedor, até o mais entusiasta, de cabelos em pé.

Passa da hora de nosso maior comandante, o mandatário Leco, que até ontem deitava em berço esplêndido, gozando de boa fama enquanto da disputa da Libertadores, dar as caras. Explicar a torcida são paulina, que sofre, o porque da situação ser tão dura, beirando o deplorável.

Caso assim permaneça, o futuro a curto prazo aparenta ser medonho, com sérios riscos de rebaixamento, leiam bem: REBAIXAMENTO! O atual semifinalista da TL corre o risco de visitar as profundezas do cenário nacional, juntar-se ao seleto grupo de passeadores do lado B, o lado de baixo.

Por fim, voltando aos três “artistas da bola” citados lá no início, juntem as mãos, passem no RH e retirem as coisas do armário, pois o tempo de vocês já passou e não podemos mais com a falta de compromisso e qualidade.

Que Mestre Chico nos perdoe, mas se o pai não os afastar, corremos o sério risco de ficar na parte lá de baixo dessa roda viva.


23 de ago. de 2016

Falta Futebol

Um analgésico pra dor de cabeça, outro pra dor no corpo, mais um pra dor no coração, daquelas que seu time já deu e, com certeza, continuará dando ao longo da nossa ínfima existência.

Ao assistir o São Paulo domingo, contra o flagelado Inter, doeu na alma. Fez o gosto pelo futebol despencar numa escala interplanetária de amor ao esporte pelo menos 500 pontos (claro que essa escala ultrapassa os milhões). Rômulo Mendonça, sensação da última olimpíada, se mataria de tanto exteriorizar a “lambisgóia”. Aquela bola pipocada, que no vólei bate na rede após o saque e causa um misto de pânico com desnorteio mais uma pitada de “e agora, quem poderá me defender?” no time adversário. O problema é que a bola pipocava de ambos os lados e a todo momento.

Não consigo, por mais que queira, ser romântico da bola. Sei que não teremos, ao menos a médio prazo, um time que me encha os olhos, que me faça aplaudir sem pensar, por puro reflexo, mas espero, pelo menos, que sejamos competentes e capazes de formar algo sutilmente superior ao que foi visto na última apresentação. A sutileza, nesse caso, será melhor do que a encomenda.

Ricardo tem uma missão inglória, e me parece que sua altivez e deferência ao lidar com questões espinhosas não serão suficientes para comandar esta barca remendada, combalida após bombardeio cruel em uma semifinal tão, tão distante.


Quarta é dia de Copa, nossa esperança pro restante do ano. Resta a torcida, a fé e a esperança, mas se formos minimamente razoáveis, imaginaremos terras inférteis também neste torneio. Contudo, se trata de futebol, e os 500 pontos perdidos na escala interplanetária de amor ao esporte não é nada comparados aos pontos que ganha pela sua falta de razão e excentricidade de nem sempre deixar o melhor ganhar.  

15 de ago. de 2016

Faltou Planejar

Todas as fichas depositadas na Libertadores. Faltou, além de combinar com os Russos, também combinar com o próprio clube.

Nossa diretoria, extremamente passional (pra não dizer amadora), tapou os olhos pra uma eventual derrota no torneio continental, acreditou no título e esqueceu da vida. Sabia das saídas de Ganso e Calleri, tinha certeza da convocação de R. Caio e nada fez para repor o que perdeu, ou seja, não planejou.

O São Paulo sofre com a falta de material humano, sente a ausência de um meio campista que organize o time. Chaves pode até ser um bom atacante, mas tende a morrer de fome com a escalação dos três volantes e Cueva pela ponta (onde ele teoricamente rende mais).

Minha culpa? Sua culpa? Não! A diretoria carrega esse peso, deixou de lado o restante do calendário e agora pagamos o preço. Brasileiro já ficou pra trás, resta a copa do Br como alento, torneio que temos uma dificuldade imensa de conquistar quando temos um time bom, imagina com esse time...

Nos resta esperar, torcer pro ano voar e rezar pra que nossa diretoria deixe o lado torcedor de lado e se planeje para que 2017 seja um ano melhor, de maior competitividade e técnica.

Oremos!

27 de jul. de 2016

Nômades da Bola

"Jogadores modernos são como nômades. Eles seguem o dinheiro, não o coração"

Totti definiu bem o que vivenciamos hoje. Mas, afinal, quem não é nômade? Você não é?

Se pudesse optar pelo glamour de dizer que viverá por uma, duas temporadas (ou até o próximo contrato milionário) em Turim, já tendo sugado a noite romana ou usurpado a cultura napolitana, você não iria?

O futebol é segundo plano, o esporte não é essência, é meio. A ideia de ser um grande ídolo (se é que ela persiste), não perdura, finda logo que o sucesso e o caminhão de notas verdes, gastas pelo número inimaginável de transações escandalosamente caras, caem no colo dos garotos humildes e sem perspectiva no mundo real, onde o talento para o esporte bretão não tem a menor serventia.

Quando veremos novamente a declaração de um amor verdadeiro, não que no momento não o seja, dada a empolgação pela ascensão, o brilho que um grande clube traz aos olhos de uma pessoa, mas poderia não ser efêmero, fugaz. Uma pena!

Dali a um ano, ou, no melhor dos cenários, dois, esse “amor” é relegado, posto de lado, como a um amor de carnaval, onde se apega pra desapegar, pra esquecer da vida e da luta. Ora, se não pode-se aproveitar o que o dinheiro pode trazer, pois qual o sentido da coisa?

Explique esse questionamento ao garoto que aprende futebol na barriga da mãe, que cresce ao som dos berros, foguetório e impropérios que a pelota traz, e, pior, não tem capacidade para estar ali, correndo atrás do melão, sendo ovacionado por 50 mil pessoas... Não, impossível explicar, assim como é impossível compreender o dinheiro sobre a glória, o contrato a frente da idolatria.

Pensemos um pouco, no fim, a culpa não é pura e simplesmente dos ciganos da bola, que giram e giram atrás da mão que lhe pagará melhor. Temo uma sociedade ávida em consumir o espetáculo, informações a todo momento, um modelo do que é “ser famoso”, a estrela do século XXI, com seu patrocínio da maior (ao menos para ele) mara esportiva do mundo, transitando com um bobo (leia-se relógio) dourado, do tamanho de uma laranja e claro, o sonho de consumo, desde o reles mortal até o maior astro do futebol, sua Ferrari (ou seria Porsche)


Não sejamos tolos. Gostaria de propor mais “Tottis”, “Marcos”, “Rogérios”, mas quem sou eu se não um relés mortal torcedor/sofredor, como poderia obrigar alguém a amar ou, pelo menos, respeitar a camisa que veste? Não tenho esse poder.

25 de jul. de 2016

Cérebro

Quem nunca passou por um momento de crise criativa, bloqueio intelectual ou falta de dinamismo (eu mesmo recorri ao google nesse momento pra procurar sinônimos...)?

O seu time, caso não seja são paulino, com certeza já provou desse veneno amargo, e o torcedor tricolor sofre deste mal nesse exato momento. Mal que aflige a companhia comandada pelo quase selecionável Edgardo. Perdeu seu principal articulador, a cabeça pensante, ou seja, o criativo, o toque que disparata a mesmice para milhas de distância. Ganso faz falta.

Como já disse o poeta/filósofo/provável torcedor de algum time que praticou esporte que se aproxime de futebol nos longínquos tempos da idade média, “quem não procura, não acha”, e a nossa diretoria não procurou, logo, não achou. Estamos acéfalos, um bando de atletas performáticos, anabolizados pelos suplementos mais modernos, mas sem rumo, como as baratas do fim do mundo, vivas mas sem direção, se enfiando em buracos inimagináveis, trombando entre si e não produzindo absolutamente nada.

Noves fora a comparação um tanto quanto excêntrica, o resumo da ópera é esclarecedor: precisamos de um novo camisa dez. Não necessitamos de mais um polivalente, um esforçado, um falso nove ou falso jogador. A diretoria precisa se esforçar como nunca para colocar a mística deste número de volta à ativa, Raí já passou por esses lados, Ganso foi o último, qual o próximo?

A última partida foi um ato sofrível dentro do descortinado teatro do futebol, o famoso toco e me voy (a la Galvão Bueno) deu lugar ao “toco e lo que díos quiera” nada sedutor, que não traz qualquer boa sensação que nosso esporte/time pode proporcionar aos nossos olhos nem tão exigentes assim.

Que este momento de crise, a crise das ideias, seja breve, que nossos dirigentes se cossem e entendam que a arte faz parte do futebol e, sem um camisa dez que imponha respeito, não há arte, há guerra. E essa guerra não ganharemos.


19 de jul. de 2016

A Hora e a Vez de Denis

O ano era 2009, a estreia ocorrera em 24 de maio daquele ano, após contusão da incontestável lenda que defendeu a meta tricolor por mais de 20 anos.

Denis chegou ao morumbi como promessa, com 22 anos à época, contratado junto a Ponte Preta, e trazia na bagagem a responsabilidade de ser o substituto do maior ídolo da história do clube. Fora preparado para tal, a expectativa da torcida e imprensa era no sentido de que o antecessor saísse com a meta protegida, com um discípulo seu a tira colo, mas não foi bem o que aconteceu...

Após 7 anos, inúmeras participações como substituto e atuações questionáveis (ao menos para o gosto do torcedor) Denis se tornou titular. Não só isso, trouxe junto a tarja de capitão a tira colo, herdada de seu ex companheiro.

A sorte fora lançada, a hora havia chegado. Depois de tanta angústia, adiamentos improváveis, contusões, reclamações, Denis finalmente alçou o vôo que tanto almejava, se tornou o arqueiro de um dos maiores clubes do mundo. Mas e agora?

Inconstância é a palavra a ser talhada neste post. O goleiro em seu início, sofreu com a “inexperiência” que só a regularidade, a sequência e a alcunha do titular podem cicatrizar. Alternou grandes defesas com momentos de pastelão, dignos dos áureos tempos de Didi e sua trupe. Na mesa do bar não se apostava uma caninha em seu sucesso (creio que ainda não se aposte).

A evolução é perceptível, ajudou o tricolor a seguir na Taça Libertadores o mais longe que nossas limitações pudessem sugerir. Fez um clássico seguro contra o corinthians no último domingo, com defesas difíceis, apagando o sombrio e fatídico 22 de novembro de 2015, onde sofreu o que seria o pior revés de sua carreira, a goleada para o mesmo rival em Itaquera.


Resta agora aguardar, com contrato renovado por mais um ano, Denis tem a chance de se mostrar valioso. Conta com o suporte da diretoria e comissão e sabe que não pode falhar, afinal, substituir o MITO é um fardo que não compete a quem se esconde, a quem se retrai. Nos resta a torcida para que o arqueiro tenha sucesso nessa empreitada, adquira cada vez mais confiança e possa defender essa meta que tanto nos deu glória e solidificou nossa
rica história.

17 de jul. de 2016

Dia de Clássico

Oscar Ulisses é o personagem que tenho na memória que me fez dar início a essa magia inexplicável que ocorre em dia de clássico. Me lembro quando pivete estar em diversos lugares e momentos sempre ouvindo a voz discrevendo lances de diversos duelos entre os principais clubes de São paulo.

Eu sempre soube que era dia de clássico mesmo quando não compreendia o futebol. Quando não tinha idade pra ir ao campo, sabia pois a movimentação para ir ao jogo era intensa, todos com a segunda pele já incoporada, o comboio que partia ao som do buzinaço, a velha desculpa do velho de que estava indo trabalhar e por isso me deixava pra trás.

Seja no carro, em meio a um temporal violento, num São Paulo x Palmeiras, onde a idade não permitia diferenciar de quem havia sido o gol, seja na garagem de casa, onde um Corinthians e São Paulo fazia a lavagem do carro ser secundário, a lata de cerveja a tira colo do velho e a ansiedade  que esse narrador trazia (traz) que me fazia ficar mais confuso e ansioso que o normal.

"Pro goooo... Fora!!". Ó, como isso me frustrava (ainda frustra), mas o mais inquietante era saber pra qual lado a bola tinha estufado o barbante. Depois desse momento, em que a dúvida cruel pairava, gol ou não, saber de quem foi era a segunda preocupação.

Depois de concluída a segunda etapa, vinha o momento da vinheta, ou, pra mim, A Musiquinha do Gol. Esse momento trazia sentimentos diversos pois sempre achei muito empolgante ouvi-la depois de um tento, mas e se o gol fosse do adversário, do rival, do inimigo? Sei que não devia me importar muito com isso, pois os palavtões proferidos, a lata de cerveja voando ou a mangueira sendo atirada ao chão, como se fosse possível machuca-la (mais do que o gol sofrido machuca n'alma) revelavam que não era o melhor momento para aprecia-la, mas as vezes era difícil não cantar...

Hoje tem clássico, hoje o dia é longo e se arrasta a espera do momento do jogo, mas o que havia antes, a atmosfera, a festa das torcidas (maldita torcida única), as bandeiras, gritos e rezas, já não existem mais.

Mas quem se importa? Hoje é dia de clássico!

14 de jul. de 2016

A Dama e o Vagabundo

Há quem diga que a história poderia ser diferente. Há quem diga, também, não sem efeito, que o desfecho seria o mesmo sem os erros, eliminação e frustração, fim do ópio que contagia e contamina o torcedor.

A TL terminou para o Tricolor, mas não sai da cabeça assim tão fácil, como num porre que tomamos e logo a esquecemos restando a dor nos córneos típica dos bons beberrões. Fica o alento da luta dos bravos, não se renderam, mesmo com a limitação de um pobretão que sai à luta na gélida noite glamourosa de Paris ou Milão.

Buscamos sentar à mesa dos endinheirados mesmo sabendo dos nossos consignados e conta bancária negativa. Ousamos debater Sócrates ou Platão tendo aprendido apenas a filosofia barata do Botequim. Fomos altivos.

Mesmo que as condições fossem desfavoráveis, o momento inoportuno e a situação imprópria, chegamos longe. Ultrapassamos a fronteira do imponderável, do improvável e, evidentemente, caímos, mas caímos, no jargão mais popular de botequim, o do seu zé, ali na esquina, de pé.

Nos lambusamos enquanto pudemos do caviar e do pró-seco, mesmo sem ser convidados, mesmo com os trapos deixados pelo último senhorio, mas sempre portando a elegância de outrora, elegância que traz respeito, e que nos trouxe até aqui, até o momento derradeiro desta coluna, até o fechar das cortinas do espetáculo superestimado (quem sou eu pra subestimá-lo) chamado Taça Libertadores da América, sonho de consumo que ficará pra uma próxima.

Que nos remontemos e mostremos a nossa capacidade de estar entre os bons de fato, com o devido convite pro baile de gala e o traje adequado. No mais, foi ótimo participar da festa sem ser convidado e brilhar.








7 de jul. de 2016

CABEÇA ERGUIDA

Quem te disse que pra ter orgulho precisa vencer?

Não, nem o mais otimista desse mundo de vosso deus acredita numa reviravolta, apesar do discurso pronto de que a decisão tem 180 minutos e etc...

O São Paulo atingiu seu limite, e não fico triste com isso, pelo contrário, de um time completamente desnorteado no início da temporada à semifinalista do maior torneio das Américas. Claro que o sonho ficou grudada na retina e no pensamento, mas convenhamos, o elenco deu além do que poderia e deveria.

Maicon foi herói, mas usou da loucura dos bons para perder a cabeça e, mesmo de forma exagerada, acabou sendo ponto divisor para o resultado. Porém, não acredito que a classificação seria tarefa menos complicada com o novo xodó da torcida em campo. O time colombiano tem ares de campeão, sabe jogar bola, tem uma herança do Profe Osório que é riquíssima técnica e taticamente, ou seja, é superior ao time do morumbi.

Daquelas lutas medievais onde sabíamos não ter chances, mas tínhamos a vontade e a garra, com adversários muito melhores armados, com suas catapultas, flechas que pegam fogo, guerreiros mais preparados e em maior número. Já nosso clã, gigante pelo nome que carrega, veio combalido, com uma administração lesiva nos últimos tempos. Perecemos.

Mas ergamos a cabeça, aplaudamos nossos jogadores e tracemos um norte, onde as próximas batalhas sejam melhores estudadas, novas estratégias sejam traçadas e a conquista seja algo possível.


Parabéns pelo empenho, caros tricolores!

5 de jul. de 2016

Quarta Mágica

Viver uma semifinal de Libertadores é um privilégio para poucos.

Quantos anos de espera para desfrutar esse momento quase ultraterrestre. A ansiedade, a angústia de acordar na terça, véspera, imaginando já o outro dia, projetando a glória ao lado da desgraça, do infortúnio do insucesso.

Ao passo que muitos dizem a famosa frase cunhada pelos ateus da bola, “é só um jogo”, nós, fiéis e absolutamente crentes nessa caótica religião, o futebol, somos predestinados ao sofrimento. Sofrimento antecipado, de quem sabe que já ganhou, mas que, mesmo assim, também perde.

E quando perde, perde a esperança, perde a dignidade futebolística, aquela que não te deixa mexer no celular durante boa parte do dia, sem se quer olhar as mensagens essenciais para o andamento útil das coisas, o pós terra arrasada.

Oxalá isso passe longe nesta quarta, oxalá os ventos de inverno, típicos da fase final do quase glamouroso torneio, tragam um milagre que somente a verdadeira santa milagreira, a bola, pode trazer: a vitória.

A quinta pode ser de prazer ou de melancolia, mas nada perdido, ao menos é o que se espera de uma disputa desse quilate, resta saber se as preces e orações serão atendidas ou se serão colocadas com milhões e milhões já deixadas de lado pelos deuses da bola, naquela gaveta antiga que serve só pra guardar velharia e coisas que não nos interessam.

Que a nossa, caros tricolores, seja prazerosa.


4 de jul. de 2016

ATÉ QUANDO?

Errar contra seu time é das piores coisas da vida (de quem gosta de futebol), mas quando o erro é a nosso favor...

No jogo entre Ponte Preta e São Paulo, assisti a uma das cenas mais bizarra e constrangedora do planeta bola. Uma “mudança de opinião” do árbitro da partida, Vinícius Furlan, em uma falta de Matheus Reis em cima do jogador adversário, um carrinho violento, típico de cartão amarelo, como foi dado a princípio.

Ocorre que após o atendimento ao jogador, o banco da macaca pressionou o árbitro para que revisse sua decisão, e, pasmem, deu certo. O árbitro voltou atrás e acabou expulsando o lateral tricolor.

Não cairei na vala comum, mesmo sabendo da culpa do juiz, mas proponho uma reflexão profunda para entendermos os rumos que o futebol brasileiro está tomando, e quais são as atitudes possíveis para melhoria.

Todo o complexo organismo que bota o futebol em funcionamento no país está defasado, propagação do “espetáculo” pela mídia, que se limita ao monopólio de uma única empresa, os desmandos dos comandantes de federações e confederações, a precária condição de trabalho oferecida aos profissionais ou não (leia-se árbitros), enfim... Todo o entorno, o que rodeia o esporte mais popular do país está anos-luz atrás do restante dos países que apreciam o jogo.

A arbitragem, que tanto criticamos quando nos prejudicam, é afetada diretamente por este circo, não são profissionais, não tem a devida instrução, são orientados a amarrar o jogo no estilo “à brasileira” e, a cada rodada, cometem erros cada vez mais grosseiros.

Não há critério uniforme para as decisões e os jogadores ficam a mercê da sorte e da boa vontade que nem sempre os donos do apito possuem. O problema são os árbitros? Não! Eles são o efeito. A causa nós sabemos, mas como bons brasileiros, temos preguiça de combater.

Fica o registro do descontentamento do Blog com o descaso que o futebol brasileiro vem sendo tratado, com as mazelas que movimentam milhões para a conta de uns poucos gatos pingados, que usurpam um patrimônio histórico e cultural do brasileiro: O Futebol.

Fica a questão, até quando?


29 de jun. de 2016

Uma defesaça do São Paulo!

A novela acabou e Maicon fica no tricolor!

Após um longo período de negociação, veio o defecho que todo torcedor são paulino desejava: Maicon jogará as finais da TL, e de quebra ficará por mais tempo no Mais Querido.

Noves fora os valores e concessões, o São Paulo acerta em cheio e "reforça" seu elenco com um líder que chegou e tomou conta da posição, se tornando ídolo em pouco menos de 6 meses de clube.

Pensar em títulos, exposição e competitividade é nesse momento o que o clube precisa para afastar os mau agouros deixados pelo último presidente, que esfacelou as contas e deixou o clube em maus lençóis, e nada melhor do que um reforço de peso como Maicon: God of Zaga para readquirir o espírito de competição tão presente em nossa equipe na última década.


Maicon foi uma defesaça de nossa diretoria, caberá a ela agora manter as peças chaves do elenco como PH Ganso, Rodrigo Caio e companhia, e claro, pensar num centroavante tendo em vista a despedida iminente de Calleri e a péssima fase vivida por Alan Kardec.

A Libertadores se tornou possível. Que venha o Atlético Nacional e que possamos incorporar o espírito de luta de nosso novo "reforço" para a conquista.

Saudações tricolores.

27 de jun. de 2016

Prioridades

Edgardo Bauza tem uma prioridade: Libertadores de América.

O Brasileirão está relegado a mero expediente, daqueles que se cumpre por obrigação, e ao que parece os jogadores compraram a ideia. Ideia essa que pode custar caro ao clube da fé. Mas qual opção restara ao comandante se não a de priorizar a competição continental?

Com elenco minguado, enxuto de qualidade, onde os onze iniciais são discrepantemente superiores aos seus suplentes e o perigo iminente de mais lesões (Deus nos ajude com quem quer que seja o substituto de Kelvin), não restou outra alternativa.

A novela Maicon se arrasta, o desfecho é fundamental para o sucesso ou não da empreitada pela América, mesmo soando repetitivo, mas é necessário se segurar com força a esse fato. Calleri entrou numa espiral de tensão inoportuna, com a macula do nosso antigo centroavante, que preferiu em inúmeras oportunidades ajudar na briga...

Nos resta aguardar. São dez dias para o confronto contra o Atlético Nacional, mais duas partidas pelo Brasileiro, e a nítida impressão de que levaremos com a barriga, se não com a canela, essas duas datas.

Compreendendo as dificuldades e limitações que a equipe possui, e oxalá a Libertadores venha novamente morar em nossos braços, caso contrário, o ano estará praticamente perdido, restando a copa do Brasil como alento, mesmo sabendo de nossa dificuldade pra conquistá-la.

Que Bauza e seus comandados tenham tomado a decisão correta e tenham sorte, pois precisaremos.







21 de jun. de 2016

FALTA POUCO

Momento de definição.

Esse é a frase que ronda o imaginário do torcedor tricolor e o lema que nossa diretoria precisa adotar. Faltam pouco mais de 15 dias para o início da disputa das semifinais da libertadores, e algumas dúvidas pairam. Maicon, o melhor zagueiro em atividade no Brasil, será contratado? Calleri está realmente confirmado? Qual o plano B caso um dos dois ou ambos não estejam disponíveis para o confronto?

A diretoria vem trabalhando de forma discreta, o que é ótimo para avanço tranquilo de negociações, mas a urgência preocupa e o torcedor são paulino começa a ficar apreensivo com estas indefinições.

As chances de conquista sem a dupla citada, principalmente sem Maicon, diminuem drasticamente. Portanto, por mais que tenhamos discrição nas negociações, é fundamental que se tenha um desfecho "para ontem".

Está quase na hora, o tempo voa e a ansiedade aumenta. Esperamos que nossa diretoria consiga manter os jogadores que devolveram a alma ao grupo tricolor, caso contrário...

Vamos em busca do tetra!


Avante meu tricolor!

19 de mai. de 2016

Nome e Sobrenome

A classificação e, principalmente, o crescimento técnico e psíquico do tricolor tem nome e sobrenome: Maicon Bauza.

Sim, isso mesmo que leu. Não estou ficando louco e nem confundindo as bolas. Esses dois personagens deram nova alma ao combalido e deteriorado São Paulo, trouxeram de volta um espírito a tempos perdido e que o torcedor são paulino sentia falta.

Patón trouxe a organização, o estilo competitivo, a serenidade de quem sabe como conquistar e tem paciência para isso. Já Maicon, zagueiro vigoroso, trouxe a gana, a vontade e personalidade ausentes desde a aposentadoria de nosso maior ídolo.

Esse conjunto possibilitou a reabilitação de jogadores que estavam na berlinda, como Michel e Wesley (quem diria), reavivou uma magia a tempos adormecida em PH Ganso e deu certo equilíbrio em nosso sistema defensivo, tão criticado nos últimos tempos.

Claro que não podemos dizer que somos o melhor time da América, longe disso, mas no quesito organização dentro de campo e espírito de luta, temos uma vantagem considerável sobre boa parte dos adversários, afinal, essa combinação, com nome e sobrenome, veio em tempo para trazer novos ares e inspirar novos rumos a esta camisa que vinha sofrendo a ausência de comando e coração, o que hoje, felizmente, não ocorre mais.

Nos resta continuar torcendo, sofrendo e acreditando, um passo de cada vez, e a América é cada vez mais nossa, de novo.

Saudações tricolores!

17 de mai. de 2016

ACREDITAR


O ano era 2013, times escalados da seguinte forma:

Atlético - MG: Victor; Marcos Rocha, Réver, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (JOSUÉ), R. Gaúcho, Bernard (Luan); Diego Tardelli (Rosinei) e Jô; Téc. Cuca.

São Paulo: R. Ceni; P. Miranda, (Silvinho), Rafael Toloi, Edson Silva e Carleto; Wellington, Denílson (Ademílson), Douglas, Jadson (Maicon) e Ganso; L. Fabiano. Téc. Ney Franco.

Se analisarmos esses dois times, 3 anos depois, fica claro que não tínhamos a menor chance de passarmos pelo futuro campeão daquela edição, porém, se analisarmos hoje, e fizermos o mesmo processo, comparando escalações, nossas chances sobem às alturas. Temos mais time que do último confronto, o Galo não tem a mesma qualidade que possuía, somando-se a isso os desfalques de primeiro escalão que terá em seu meio campo, fazem do tricolor um candidato real a garantir uma vaga à semifinal da Liberta.

Um ponto fundamental, que fará toda a diferença está no banco de reservas. Ney Franco não tinha a capacidade de organização e a tarimba o atual técnico tricolor possui. Bauza pode ser um ponto de desequilíbrio no confronto, sabe como armar o time, gosta desse tipo competição e tem o resultado na mão. Pode fazer com que o Galo tenha problemas para penetrar em nossa zaga.

Outro fator importante será o nível de concentração e capacidade de decisão de PH Ganso, que terá a chance de escrever uma nova história, totalmente diferente daquela contada no mesmo Horto a 3 anos atrás. O atual camisa 10 tricolor carrega a responsabilidade de conduzir a equipe e, mais experiente e vivendo a melhor temporada na equipe, pode criar chances preciosas para que Calleri faça o que todo torcedor são paulino deseja nesse confronto: 1gol.

A sorte está lançada. O time está pronto e chegou a hora de mostrar ao que veio, se fica no grupo dos meninos, ou avança ao grupo dos homens.

14 de mai. de 2016

Brasileirão Tricolor

Vai começar mais um Campeonato Brasileiro, e a grande dúvida que paira na cabeça da nação são paulina é: como entraremos e jogaremos essa competição?

A dúvida é pertinente, mas não há como prever nesse momento como será nossa participação no principal torneio tupiniquim. Temos uma Libertadores de América em andamento, boas possibilidades de avançarmos e, ao que parece, como sempre acontece, dividiremos o Brasileirão em duas partes, quais sejam: participando da Liberta e pós Liberta.

Não é empolgante sabermos que logo de cara iremos com um time todo desfigurado, com figuras que ainda nem estrearam com a camisa da equipe principal, mas é compreensível e nos parece razoável que assim seja. Em caso de eventual classificação para semifinal, porém, a disputa só se iniciaria em Julho, abrindo brecha para uma alteração, mesmo que momentânea, nas nossas prioridades. Além de continuar com o processo de maturação da equipe, seria ideal somarmos o maior número de pontos nesse início.

Em caso de fracasso na competição continental, será necessário juntar os cacos o mais rápido possível caso as pretensões sejam de título. Plantel, com alguns ajustes e contratações pontuais, como um zagueiro para o lugar de Breno, nós temos. Ao que parece, Bauza encontrou um método para motivar e dar equilíbrio ao grupo que tem nas mãos e parece cada vez mais adaptado ao nosso futebol. Fica a torcida para que tenha sucesso nessa nova empreitada.

Aposta do Blog é a de um bom jogo nessa primeira rodada, com a garotada que entrará querendo mostrar serviço. Banguelê tem qualidade para atuar pela equipe principal e Lucas Fernandes, que precisa começar a ter oportunidades tendo em vista uma possível não renovação de contrato de PH Ganso, também tem grande potencial e precisa ser aproveitado.

Que os jogos comecem, que possamos correr atrás de mais um título nacional e que o torcedor do São Paulo faça sua parte nesse início de caminhada rumo ao topo do Brasil.

12 de mai. de 2016

À independência!



Foi como esperado. Difícil, brigado (menos futebol, mais luta), catimbado.

São Paulo e Atlético MG fizeram um duelo plasticamente feio de se assistir, mas esbanjaram disposição e entrega, tendo como resultado a distribuição de DEZ cartões amarelos durante a partida. Destaque-se também a fraca atuação, como de costume, do árbitro da partida, Sr. Wilmar Roldán, que preferiu ignorar uma agressão de Marcos Rocha em Kelvin no início da partida e disparar uma metralhadora de cartões amarelos ao decorrer do jogo.

O técnico Diego Aguirre deixou clara a proposta de amarrar o jogo e tentar carregar ao menos um empate para o horto, colocando seus homens, inclusive Robinho e Pratto, sempre atrás da linha da bola, causando problemas ao tricolor que não conseguia achar brechas para jogadas mais incisivas.

Patón se equivocou ao substituir Kelvin por Michel, permanecendo com Wesley e Thiago Mendes, que ainda não encontrou o futebol deixado na temporada passada, para logo a seguir tentar consertar o erro com a entrada de Wilder, que não tem a mesma qualidade de Kelvin.

É chegado o momento, após o magro 1x0 de ontem, que o tricolor faça algo que não fez em meia temporada, convencer jogando fora de casa. E não apenas convencer, marcar gols e segurar o ímpeto do time atleticano dentro de sua casa, hoje sua maior arma. Desfalques importantes surgem para o rival, com seus dois principais meio campistas suspensos e a provável ausência de Robinho, o tricolor pode ter sua tarefa facilitada, mas não nos enganemos. Teremos que lutar, e muito.

Que na próxima quarta confirmemos nossa redenção.

9 de mai. de 2016

A Famosa Quarta de Libertadores

Esperanças renovadas.

Ainda que o tricolor viva uma de suas piores, se não a pior crise política da história, estamos lá novamente, disputando mais uma decisão, um mata-mata em que temos a faca, o queijo e o morumbi, nossa casa, nas mãos.

Será mais uma quarta de enorme expectativa e tensão, mas uma quarta mágica, daquelas que o torcedor São Paulino se acostumou a ter e vivenciar. Temos grandes chances contra o Galo, apesar das dificuldades que o confronto impõe, e se o time reencontrar a pegada e o poder mental adquiridos nos confrontos contra River, tanta lá como cá, e Toluca, nossas chances sobem às alturas, tornando a classificação para a semifinal do torneio mais importante das américas algo muito próximo de se realizar.

Contudo, para uma temporada que parecia fadada ao fracasso, contando os desmandos diretivos, reclamações e picuinhas entre jogadores, estarmos nessa posição é algo já grandioso. Ter a possibilidade de uma nova classificação ultrapassa o que o torcedor tricolor esperava (ao menos eu) da atual temporada. O futebol insosso e modorrento deu lugar à alma da Libertadores, mas, para que o tombo não seja tão feio em caso de eliminação, cabe a cautela, cabe o freio na empolgação.

Vamos aproveitar o momento, saborear o que nossos rivais deixaram de lado, viver este jogo como nos acostumamos, ou seja, curtindo cada lance, pois, a partir de agora, titãs se enfrentam e o jogo se torna imprevisível.

14 de abr. de 2016

TORCER PARA TORCIDA

Apesar de ter aumentado o preço dos ingressos – o mais barato custa R$30 – a procura por lugares para o jogo tem sido grande. Até ontem, segundo o São Paulo 52.992 dos 70.600 mil bilhetes haviam sido vendidos”.

Após uma rápida pesquisa pela internet sobre as matérias referentes ao jogo entre São Paulo e River Plate, semifinal da Libertadores 2005, essa foi a única nota encontrada sobre a venda de ingressos e quantidade de público para esta partida, em matéria no dia do próprio jogo publicada pela Folha de São Paulo (http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2005/06/22/20/).

Venho notando ao longo dos tempos, e isso me soa no mínimo estranho, um crescimento inadvertido sobre a importância dada por torcedores, imprensa e dirigentes à quantidade de pessoas que “saem do sofá” e comparecem ao campo de futebol. Confesso que isso tem me incomodado.

Matérias de capa, milhares de palavras redigidas sobre o mesmo tema, fazendo com que este tenha o caráter de ponto central do grande evento, ou seja, o grande evento é a quantidade de torcedores ou o número de ingressos vendidos, se não pior, a RENDA obtida pelo clube, faz com que se tome o espaço do que realmente importa nas discussões de botequim, nos folhetins digitais (em substituição evidente ao papel de banca de jornal), das conversas de Whatsapp, enfim, o jogo em si, as escalações, quem joga, porque Lugano fica no banco, quem deve ser o lateral direito, Hudson vem evoluindo(?)... essas questões ficam ao longe, pouco debatidas.

Cabe a nós, meros torcedores, redefinirmos nossas prioridades com relação a importância que damos ao jogo. Ir ao campo é mera consequência do valor que damos ao espetáculo, do que ele de fato representa e o que significa pra uma coletividade, um grupo ou simplesmente pra cada indivíduo. Esqueçam as estatísticas sobre renda, quantidade de ingressos disponíveis, e outra mazelas pra encher linguiça que a nossa imprensa disponibiliza. Vamos focar no que realmente importa, e, no meu caso, o que realmente importa se chama São Paulo Futebol Clube.