14 de jul. de 2016

A Dama e o Vagabundo

Há quem diga que a história poderia ser diferente. Há quem diga, também, não sem efeito, que o desfecho seria o mesmo sem os erros, eliminação e frustração, fim do ópio que contagia e contamina o torcedor.

A TL terminou para o Tricolor, mas não sai da cabeça assim tão fácil, como num porre que tomamos e logo a esquecemos restando a dor nos córneos típica dos bons beberrões. Fica o alento da luta dos bravos, não se renderam, mesmo com a limitação de um pobretão que sai à luta na gélida noite glamourosa de Paris ou Milão.

Buscamos sentar à mesa dos endinheirados mesmo sabendo dos nossos consignados e conta bancária negativa. Ousamos debater Sócrates ou Platão tendo aprendido apenas a filosofia barata do Botequim. Fomos altivos.

Mesmo que as condições fossem desfavoráveis, o momento inoportuno e a situação imprópria, chegamos longe. Ultrapassamos a fronteira do imponderável, do improvável e, evidentemente, caímos, mas caímos, no jargão mais popular de botequim, o do seu zé, ali na esquina, de pé.

Nos lambusamos enquanto pudemos do caviar e do pró-seco, mesmo sem ser convidados, mesmo com os trapos deixados pelo último senhorio, mas sempre portando a elegância de outrora, elegância que traz respeito, e que nos trouxe até aqui, até o momento derradeiro desta coluna, até o fechar das cortinas do espetáculo superestimado (quem sou eu pra subestimá-lo) chamado Taça Libertadores da América, sonho de consumo que ficará pra uma próxima.

Que nos remontemos e mostremos a nossa capacidade de estar entre os bons de fato, com o devido convite pro baile de gala e o traje adequado. No mais, foi ótimo participar da festa sem ser convidado e brilhar.








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