17 de jul. de 2016

Dia de Clássico

Oscar Ulisses é o personagem que tenho na memória que me fez dar início a essa magia inexplicável que ocorre em dia de clássico. Me lembro quando pivete estar em diversos lugares e momentos sempre ouvindo a voz discrevendo lances de diversos duelos entre os principais clubes de São paulo.

Eu sempre soube que era dia de clássico mesmo quando não compreendia o futebol. Quando não tinha idade pra ir ao campo, sabia pois a movimentação para ir ao jogo era intensa, todos com a segunda pele já incoporada, o comboio que partia ao som do buzinaço, a velha desculpa do velho de que estava indo trabalhar e por isso me deixava pra trás.

Seja no carro, em meio a um temporal violento, num São Paulo x Palmeiras, onde a idade não permitia diferenciar de quem havia sido o gol, seja na garagem de casa, onde um Corinthians e São Paulo fazia a lavagem do carro ser secundário, a lata de cerveja a tira colo do velho e a ansiedade  que esse narrador trazia (traz) que me fazia ficar mais confuso e ansioso que o normal.

"Pro goooo... Fora!!". Ó, como isso me frustrava (ainda frustra), mas o mais inquietante era saber pra qual lado a bola tinha estufado o barbante. Depois desse momento, em que a dúvida cruel pairava, gol ou não, saber de quem foi era a segunda preocupação.

Depois de concluída a segunda etapa, vinha o momento da vinheta, ou, pra mim, A Musiquinha do Gol. Esse momento trazia sentimentos diversos pois sempre achei muito empolgante ouvi-la depois de um tento, mas e se o gol fosse do adversário, do rival, do inimigo? Sei que não devia me importar muito com isso, pois os palavtões proferidos, a lata de cerveja voando ou a mangueira sendo atirada ao chão, como se fosse possível machuca-la (mais do que o gol sofrido machuca n'alma) revelavam que não era o melhor momento para aprecia-la, mas as vezes era difícil não cantar...

Hoje tem clássico, hoje o dia é longo e se arrasta a espera do momento do jogo, mas o que havia antes, a atmosfera, a festa das torcidas (maldita torcida única), as bandeiras, gritos e rezas, já não existem mais.

Mas quem se importa? Hoje é dia de clássico!

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