Viver uma semifinal
de Libertadores é um privilégio para poucos.
Quantos anos de
espera para desfrutar esse momento quase ultraterrestre. A ansiedade,
a angústia de acordar na terça, véspera, imaginando já o outro
dia, projetando a glória ao lado da desgraça, do infortúnio do
insucesso.
Ao passo que muitos
dizem a famosa frase cunhada pelos ateus da bola, “é só um jogo”,
nós, fiéis e absolutamente crentes nessa caótica religião, o
futebol, somos predestinados ao sofrimento. Sofrimento antecipado, de
quem sabe que já ganhou, mas que, mesmo assim, também perde.
E quando perde,
perde a esperança, perde a dignidade futebolística, aquela que não
te deixa mexer no celular durante boa parte do dia, sem se quer olhar
as mensagens essenciais para o andamento útil das coisas, o pós
terra arrasada.
Oxalá isso passe
longe nesta quarta, oxalá os ventos de inverno, típicos da fase
final do quase glamouroso torneio, tragam um milagre que somente a
verdadeira santa milagreira, a bola, pode trazer: a vitória.
A quinta pode ser de
prazer ou de melancolia, mas nada perdido, ao menos é o que se
espera de uma disputa desse quilate, resta saber se as preces e
orações serão atendidas ou se serão colocadas com milhões e
milhões já deixadas de lado pelos deuses da bola, naquela gaveta
antiga que serve só pra guardar velharia e coisas que não nos
interessam.
Que a nossa, caros
tricolores, seja prazerosa.
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