5 de jul. de 2016

Quarta Mágica

Viver uma semifinal de Libertadores é um privilégio para poucos.

Quantos anos de espera para desfrutar esse momento quase ultraterrestre. A ansiedade, a angústia de acordar na terça, véspera, imaginando já o outro dia, projetando a glória ao lado da desgraça, do infortúnio do insucesso.

Ao passo que muitos dizem a famosa frase cunhada pelos ateus da bola, “é só um jogo”, nós, fiéis e absolutamente crentes nessa caótica religião, o futebol, somos predestinados ao sofrimento. Sofrimento antecipado, de quem sabe que já ganhou, mas que, mesmo assim, também perde.

E quando perde, perde a esperança, perde a dignidade futebolística, aquela que não te deixa mexer no celular durante boa parte do dia, sem se quer olhar as mensagens essenciais para o andamento útil das coisas, o pós terra arrasada.

Oxalá isso passe longe nesta quarta, oxalá os ventos de inverno, típicos da fase final do quase glamouroso torneio, tragam um milagre que somente a verdadeira santa milagreira, a bola, pode trazer: a vitória.

A quinta pode ser de prazer ou de melancolia, mas nada perdido, ao menos é o que se espera de uma disputa desse quilate, resta saber se as preces e orações serão atendidas ou se serão colocadas com milhões e milhões já deixadas de lado pelos deuses da bola, naquela gaveta antiga que serve só pra guardar velharia e coisas que não nos interessam.

Que a nossa, caros tricolores, seja prazerosa.


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