“Apesar
de ter aumentado o preço dos ingressos – o mais barato custa R$30
– a procura por lugares para o jogo tem sido grande. Até ontem,
segundo o São Paulo 52.992 dos 70.600 mil bilhetes haviam sido
vendidos”.
Após
uma rápida pesquisa pela internet sobre as matérias referentes ao
jogo entre São Paulo e River Plate, semifinal da Libertadores 2005,
essa foi a única nota encontrada sobre a venda de ingressos e
quantidade de público para esta partida, em matéria no dia do próprio
jogo publicada pela Folha de São Paulo
(http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2005/06/22/20/).
Venho
notando ao longo dos tempos, e isso me soa no mínimo estranho, um
crescimento inadvertido sobre a importância dada por torcedores,
imprensa e dirigentes à quantidade de pessoas que “saem do sofá”
e comparecem ao campo de futebol. Confesso que isso tem me
incomodado.
Matérias
de capa, milhares de palavras redigidas sobre o mesmo tema, fazendo
com que este tenha o caráter de ponto central do grande evento, ou
seja, o grande evento é a quantidade de torcedores ou o número de
ingressos vendidos, se não pior, a RENDA obtida pelo clube, faz com
que se tome o espaço do que realmente importa nas discussões de
botequim, nos folhetins digitais (em substituição evidente ao papel
de banca de jornal), das conversas de Whatsapp, enfim, o jogo em si,
as escalações, quem joga, porque Lugano fica no banco, quem deve
ser o lateral direito, Hudson vem evoluindo(?)... essas questões
ficam ao longe, pouco debatidas.
Cabe
a nós, meros torcedores, redefinirmos nossas prioridades com
relação a importância que damos ao jogo. Ir ao campo é mera
consequência do valor que damos ao espetáculo, do que ele de fato
representa e o que significa pra uma coletividade, um grupo ou
simplesmente pra cada indivíduo. Esqueçam as estatísticas sobre
renda, quantidade de ingressos disponíveis, e outra mazelas pra
encher linguiça que a nossa imprensa disponibiliza. Vamos focar no
que realmente importa, e, no meu caso, o que realmente importa se
chama São Paulo Futebol Clube.