14 de abr. de 2016

TORCER PARA TORCIDA

Apesar de ter aumentado o preço dos ingressos – o mais barato custa R$30 – a procura por lugares para o jogo tem sido grande. Até ontem, segundo o São Paulo 52.992 dos 70.600 mil bilhetes haviam sido vendidos”.

Após uma rápida pesquisa pela internet sobre as matérias referentes ao jogo entre São Paulo e River Plate, semifinal da Libertadores 2005, essa foi a única nota encontrada sobre a venda de ingressos e quantidade de público para esta partida, em matéria no dia do próprio jogo publicada pela Folha de São Paulo (http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2005/06/22/20/).

Venho notando ao longo dos tempos, e isso me soa no mínimo estranho, um crescimento inadvertido sobre a importância dada por torcedores, imprensa e dirigentes à quantidade de pessoas que “saem do sofá” e comparecem ao campo de futebol. Confesso que isso tem me incomodado.

Matérias de capa, milhares de palavras redigidas sobre o mesmo tema, fazendo com que este tenha o caráter de ponto central do grande evento, ou seja, o grande evento é a quantidade de torcedores ou o número de ingressos vendidos, se não pior, a RENDA obtida pelo clube, faz com que se tome o espaço do que realmente importa nas discussões de botequim, nos folhetins digitais (em substituição evidente ao papel de banca de jornal), das conversas de Whatsapp, enfim, o jogo em si, as escalações, quem joga, porque Lugano fica no banco, quem deve ser o lateral direito, Hudson vem evoluindo(?)... essas questões ficam ao longe, pouco debatidas.

Cabe a nós, meros torcedores, redefinirmos nossas prioridades com relação a importância que damos ao jogo. Ir ao campo é mera consequência do valor que damos ao espetáculo, do que ele de fato representa e o que significa pra uma coletividade, um grupo ou simplesmente pra cada indivíduo. Esqueçam as estatísticas sobre renda, quantidade de ingressos disponíveis, e outra mazelas pra encher linguiça que a nossa imprensa disponibiliza. Vamos focar no que realmente importa, e, no meu caso, o que realmente importa se chama São Paulo Futebol Clube.