26 de abr. de 2017

Dia do goleiro

De 1 a 11, há muito do comum. Sublinhar nomes não se faz da noite pro dia, demanda paciência, persistência e uma dose de compadecimento com erros e acertos de alguém que se dedica de corpo e alma a algo.

A função é específica: defender. Mas para a regra, temos nossa exceção. Das traves de trás às redes da frente, a dos inimigos travestidos de adversários. O específico, nesse caso, faz admirar uma posição ingrata, que sugere fracassos homéricos e desaponta com a frequência do despertar.

A 26 de abril, homenageia-se não uma nomenclatura, ou um simples número. O contemplado pela data, no caso de quem escreve este, é algo (não alguém), raro; que perdeu; ganhou, mas, sobretudo, se impôs sob um manto incrustado, como se dali não subsistisse uma camisa, mas incorporasse à pele outra pele, fundindo amor e gana.


Que me desculpem os descrentes, os incompreensivos e insensíveis torcedores dos outros, mas a alcunha de Mito não é simples delírio. Ela carrega sobre os ombros um peso inclemente, que posiciona as perspectivas entre o comum e o além do comum de tal maneira a não deixar dúvidas: todos tem goleiro, só nós tivemos, temos e teremos Rogério, o goleiro matador.

24 de abr. de 2017

Tempo ao tempo

Das duas quedas destas semanas, tira-se uma lição. Precisamos de tempo...

O São Paulo vive fase difícil de transição política/financeira. Lidar com as derrotas é necessário, já que elas eventualmente virão, tendo em visto o melhor preparo de diversos times da Série A, já montados e estruturados. R. Ceni inicia o trabalho e é preciso esperar. Sentarmos e esperarmos.

O futebol, na sua loucura fugaz reproduz algo do imediatismo humano, da necessidade de resultado a qualquer custo, marginalizando o contexto e ignorando as variáveis. Não é sensato minar, nesse momento, um trabalho que tem um Q de moderno e traz a seriedade estampada no rosto.

O SCCP soube se apropriar da inexperiência de nosso comandante. Mesmo com um time inferior tecnicamente, se utilizou da estratégia para avançar e acabou semeando a dúvida na cabeça de milhares de são paulinos. Mas não nos deixemos enganar, vamos valorizar o trabalho.

 A suposta apatia do primeiro confronto foi deixada de lado no jogo em Itaquera. Com volume, pressão e vontade, o tricolor mostrou que tem força para viver momentos melhores. Falta ser incisivo, falta Cueva retomar o futebol deixado antes de sua lesão nas Eliminatórias, mas, sobretudo, falta elenco. Precisamos de mais atletas que possam decidir. Pratto e Cueva se sobrecarregam com todo o peso que lhes é depositado.


Serão 20 dias de “férias”, tempo para novos testes, reforço da ideia e aprimoramento do jogo. O ano ainda engatinha, mas já se tem a ideia de que não será simples a busca pelo melhor resultado. Que você, torcedor, tenha a devida paciência.

20 de abr. de 2017

Descansar e jogar

Mea culpa, meio tempo. Sofri de frente à TV durante o segundo tempo. A vida corrida, o feriado e os afazeres do sentimento me permitiram a apenas ouvir a primeira etapa do jogo de ontem.  

Pensei, na minha cabeça e alma de torcedor que, se ouvisse os dois tempos pelo radinho, o time não sofreria aquele fatídico gol de falta, ao contrário, faria o segundo e seria bem sucedido nas penalidades.

 Da parte que assisti, achei estar vendo outro time, outro esporte. O São Paulo se transformou em uma semana. O futebol apático e burocrático do primeiro jogo contra a raposa deu lugar a algo vistoso, incisivo e elétrico. Morato deu mais vida ao ataque, grata surpresa.

Uma pena que não houve essa harmonia entre os dois confrontos, já que o time demonstrou poder de reação e capacidade contra um rival duro e preparado. Fica o aprendizado, tendo em vista a reestruturação implantada e que vem, aos poucos, tomando corpo.  R. Ceni busca a melhor solução, o melhor caminho para as principais disputas, isso é válido.

Domingo tem outra decisão, vou mais confiante, no embalo... Corro risco, novamente, de somente ouvir a peleja. O descanso faz parte da vida deste que vos escreve e, apesar não ser possível acompanhar tudo o tempo todo, mando meu axé até os caras, e que eles se doem como ontem.


No mais, não me rendo às derrotas, elas fazem parte do jogo. O caminho é longo, outras disputas virão, outras derrotas, bem como vitórias, também. E que o rádio traga boas ondas pra nossa equipe. 

17 de abr. de 2017

Derrota ao contrário

ao menor sinal de contradição, feche a página.


evidentemente ela seria fechada caso levassem ao pé da letra o aviso. este escrevinhador decidiu mesclar sentimentos durante o feriadão de páscoa. tinha claro nas ideias a dificuldade que nosso time enfrentaria e com isso me permiti não deitar textos sobre os dois jogos que fizemos. ao contrário, trabalhar a frustração foi o lema, já que o insucesso era algo palpável.

a intersecção de sentimentos se deu na medida em que propus apreciar um feriado prolongado, coisa que há muito não fazia, sortido de carinhos e despropósitos. na via contrária, amenizei a ansiedade e delimitei o grau de sofrimento (se é que isso é possível, mas o é ao menos em minha cuca quase fresca) a certo limite, dentro do tolerável.

o resultado foi satisfatório, não o das quatro linhas, mas o pessoal. dissipar a ansiedade de duas decisões com a presença de queridas, em viagem, foi algo revigorante, uma lição de autocontrole e de como aproveitar momentos importantes sem que algo externo nos torne opacos.

o time se ajeitará, a ideia é essa, jogos melhores virão e novos feriados também. as derrotas fazem parte do jogo, bem como as relações que amenizam o sofrimento dos torcedores inveterados. a fase arredia do time, nesse momento, contrastou com um momento de leveza e sobriedade.

longe de mim querer lhes abastecer de conselhos, ó machucado torcedor tricolor, mas não me seguro quando se trata de imaginar que sei como lidar com essas questões: não queime miolos tentando arranjar situações mais favoráveis ao time. dê tempo ao trabalho, que viaja ainda no antes, mal começou, e aproveite seu tempo a fim de amenizar os aborrecimentos.


quanto a reverter resultados, quero, mas se não, que seja.

10 de abr. de 2017

Das decisões

Nos embalos do ataque tricolor, se inicia uma maratona de decisões. A marca de ataque que mais marcou gols em terras tupiniquins é expressiva e contagia, faz lembrar bons tempos, em que vitórias eram certas e os títulos esperavam à porta.

O brilho do ataque contrasta com um quase problema, algo que parece solucionado, mas que ainda tira o sono deste que vos escreve. A defesa terá sua prova de fogo durante as próximas semanas, será testada como ainda não o fora na atual temporada. A pesar a seu favor, os quatro jogos de seca, sem ouvir o barulho do barbante sendo estufado pela bola adversária.

O primeiro teste talvez seja o mais ingrato. O Cruzeiro, único invicto da elite em 2017, parece ser o adversário mais indigesto que poderíamos enfrentar nesse momento, apesar do histórico favorável contra o time de Minas Gerais. Mas, afinal, se sonhamos, temos que bater nos melhores, caso contrário, não há razão de sonhar.

Já no Paulista, provável que venha o time de Itaquera, mais dois jogos duros, mas que mostrarão ao torcedor o que podem esperar do time de R. Ceni para o restante da temporada. Pesa a nosso favor a qualidade dos jogadores de frente, bem como o momento mágico de Gilberto, que não será titular, mas tem se mostrado útil e pode surgir como excelente opção.


Chegada a hora, a torcida deve estar presente, vai sofrer inevitavelmente, mas deve crer. Algo bom vem surgindo do trabalho realizado e algum fruto dará, mesmo que títulos não venham. Seja Cruzeiro, seja Corinthians, a época das decisões chegou. À luta!

6 de abr. de 2017

Defensa

Defensa Y Justicia vem a calhar. Jogar em solo hermano não é das tarefas mais simples, agregue a isto mais algumas peculiaridades e o resultado só poderia ser um tinhoso oxo.

Não foi simples assistir a partida de ida da eliminatória Sulamericana. O time argentino, claramente com um potencial técnico inferior a equipe brasileira, propôs uma tática tão velha quanto a sua própria existência, se utilizar do jogo duro, em certos momentos em excesso, mais a utilização de um gramado duro, o que dificulta o jogo em si, o que resultou numa das piores partidas de futebol neste ano de 2017.

Junte a isso um São Paulo desfalcado, sem seus principais articuladores, e com uma defesa remendada, pronto, a fórmula da tristeza futebolística está pronta. Rogério Ceni encontrou dificuldade em acertar a equipe, em achar um ponto onde o ataque também se fizesse presente. O lado positivo fica por conta da defesa, que mesmo desfigurada, viu Lucão renascer, Breno ganhar ritmo e R. Caio se mostrar indispensável.  

O tricolor não deve encontrar muitas dificuldades na volta, mas R. Ceni vem sofrendo e começa a dar sinais de desgaste na montagem do time. Buffa na lateral esquerda não é remédio, Araruna ainda tímido, não se encaixou na equipe com três zagueiros, Nem precisa encontrar seu jogo, melhorar suas decisões e mostrar a que veio, caso contrário, volta para Ucrânia como mais um que passou por essas bandas sem deixar saudades.


A maratona é complexa, são mais duas decisões em sequência. Alinhar defesa e ataque parece ser o grande desafio da comissão técnica, que sofre à falta de material humano para aguentar as disputas seguidas e recorrentes já no início da temporada. 

3 de abr. de 2017

Mando de quem?

Entregar a faca e o queijo sem o menor pudor, como aquele que não se importa de mostrar suas necessidades em troca de um punhado. Assim, o Linense empurrou precipício abaixo qualquer chance de classificação para as semifinais do paulistão, cedendo seu mando em troca de uns tostões.

De início, consta a recriminação por tal investida, mas não se lê o contexto. Qual a escolha, apostar na sobrevida dentro de um campeonato improvável ou ceder à ânsia de sobrevier, de pulsar, mesmo que de forma tímida, ao longo de todo o ano?

É evidente a superioridade do time da capital, bem como seu favoritismo, mesmo que jogasse a primeira partida na casa do rival, mas o gosto amargo da impotência do interior, que outrora se mostrou altivo e páreo é presente. No seu lugar, como presidente de um time amarrado pelo capital enxuto, tomaria a mesma decisão, arriscaria com as cartas que me foram dadas; sobreviveria.

A quem se deve cobrar, então? Os times cada vez mais enforcados, as rendas comprometidas, cessão de mandos em troco de pouca grana, e o principal, a perda da disputa, do tesão em se jogar um jogo decisivo.

O time de Lins entrou em campo com a derrota estampada, acuado, se propôs a esperar pelo fim inevitável. A sorte acompanhou o time do interior durante boa parte do primeiro tempo, já que num jogo ataque versus defesa, uma hora as coisas desandam. E desandaram...

O placar, mero detalhe, poderia ter sido mais elástico, mas se existem os deuses do futebol, estes definiram que o 2 a 0 estava bem pago, evitando o excesso na ferida que foi exposta com a fragilidade econômica e técnica.


Ao São Paulo, restou fazer seu papel. Merecida a vitória, classificação encaminhada e a sensação de que solucionamos um problema: a defesa.  Segundo jogo sem sofrer gols; sem sofrer. Renan ganhou moral e vem dando conta, Jucilei entrou em forma e fez bom jogo. No mais, esperar pela semifinal, com provável confronto contra o time de Itaquera. O ano ganha vida e as decisões, enfim, se fazem presentes.