3 de abr. de 2017

Mando de quem?

Entregar a faca e o queijo sem o menor pudor, como aquele que não se importa de mostrar suas necessidades em troca de um punhado. Assim, o Linense empurrou precipício abaixo qualquer chance de classificação para as semifinais do paulistão, cedendo seu mando em troca de uns tostões.

De início, consta a recriminação por tal investida, mas não se lê o contexto. Qual a escolha, apostar na sobrevida dentro de um campeonato improvável ou ceder à ânsia de sobrevier, de pulsar, mesmo que de forma tímida, ao longo de todo o ano?

É evidente a superioridade do time da capital, bem como seu favoritismo, mesmo que jogasse a primeira partida na casa do rival, mas o gosto amargo da impotência do interior, que outrora se mostrou altivo e páreo é presente. No seu lugar, como presidente de um time amarrado pelo capital enxuto, tomaria a mesma decisão, arriscaria com as cartas que me foram dadas; sobreviveria.

A quem se deve cobrar, então? Os times cada vez mais enforcados, as rendas comprometidas, cessão de mandos em troco de pouca grana, e o principal, a perda da disputa, do tesão em se jogar um jogo decisivo.

O time de Lins entrou em campo com a derrota estampada, acuado, se propôs a esperar pelo fim inevitável. A sorte acompanhou o time do interior durante boa parte do primeiro tempo, já que num jogo ataque versus defesa, uma hora as coisas desandam. E desandaram...

O placar, mero detalhe, poderia ter sido mais elástico, mas se existem os deuses do futebol, estes definiram que o 2 a 0 estava bem pago, evitando o excesso na ferida que foi exposta com a fragilidade econômica e técnica.


Ao São Paulo, restou fazer seu papel. Merecida a vitória, classificação encaminhada e a sensação de que solucionamos um problema: a defesa.  Segundo jogo sem sofrer gols; sem sofrer. Renan ganhou moral e vem dando conta, Jucilei entrou em forma e fez bom jogo. No mais, esperar pela semifinal, com provável confronto contra o time de Itaquera. O ano ganha vida e as decisões, enfim, se fazem presentes. 

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