Entregar a faca e o queijo sem o menor pudor, como aquele
que não se importa de mostrar suas necessidades em troca de um punhado. Assim,
o Linense empurrou precipício abaixo qualquer chance de classificação para as
semifinais do paulistão, cedendo seu mando em troca de uns tostões.
De início, consta a recriminação por tal investida, mas não
se lê o contexto. Qual a escolha, apostar na sobrevida dentro de um campeonato
improvável ou ceder à ânsia de sobrevier, de pulsar, mesmo que de forma tímida,
ao longo de todo o ano?
É evidente a superioridade do time da capital, bem como seu
favoritismo, mesmo que jogasse a primeira partida na casa do rival, mas o gosto
amargo da impotência do interior, que outrora se mostrou altivo e páreo é
presente. No seu lugar, como presidente de um time amarrado pelo capital
enxuto, tomaria a mesma decisão, arriscaria com as cartas que me foram dadas;
sobreviveria.
A quem se deve cobrar, então? Os times cada vez mais
enforcados, as rendas comprometidas, cessão de mandos em troco de pouca grana,
e o principal, a perda da disputa, do tesão em se jogar um jogo decisivo.
O time de Lins entrou em campo com a derrota estampada,
acuado, se propôs a esperar pelo fim inevitável. A sorte acompanhou o time do
interior durante boa parte do primeiro tempo, já que num jogo ataque versus
defesa, uma hora as coisas desandam. E desandaram...
O placar, mero detalhe, poderia ter sido mais elástico, mas
se existem os deuses do futebol, estes definiram que o 2 a 0 estava bem pago,
evitando o excesso na ferida que foi exposta com a fragilidade econômica e técnica.
Ao São Paulo, restou fazer seu papel. Merecida a vitória,
classificação encaminhada e a sensação de que solucionamos um problema: a
defesa. Segundo jogo sem sofrer gols;
sem sofrer. Renan ganhou moral e vem dando conta, Jucilei entrou em forma e fez
bom jogo. No mais, esperar pela semifinal, com provável confronto contra o time
de Itaquera. O ano ganha vida e as decisões, enfim, se fazem presentes.
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