Um analgésico pra
dor de cabeça, outro pra dor no corpo, mais um pra dor no coração,
daquelas que seu time já deu e, com certeza, continuará dando ao
longo da nossa ínfima existência.
Ao assistir o São
Paulo domingo, contra o flagelado Inter, doeu na alma. Fez o gosto
pelo futebol despencar numa escala interplanetária de amor ao
esporte pelo menos 500 pontos (claro que essa escala ultrapassa os
milhões). Rômulo Mendonça, sensação da última olimpíada, se
mataria de tanto exteriorizar a “lambisgóia”. Aquela bola
pipocada, que no vólei bate na rede após o saque e causa um misto
de pânico com desnorteio mais uma pitada de “e agora, quem poderá
me defender?” no time adversário. O problema é que a bola
pipocava de ambos os lados e a todo momento.
Não consigo, por
mais que queira, ser romântico da bola. Sei que não teremos, ao
menos a médio prazo, um time que me encha os olhos, que me faça
aplaudir sem pensar, por puro reflexo, mas espero, pelo menos, que
sejamos competentes e capazes de formar algo sutilmente superior ao
que foi visto na última apresentação. A sutileza, nesse caso, será
melhor do que a encomenda.
Ricardo tem uma
missão inglória, e me parece que sua altivez e deferência ao lidar
com questões espinhosas não serão suficientes para comandar esta
barca remendada, combalida após bombardeio cruel em uma semifinal
tão, tão distante.
Quarta é dia de
Copa, nossa esperança pro restante do ano. Resta a torcida, a fé e
a esperança, mas se formos minimamente razoáveis, imaginaremos
terras inférteis também neste torneio. Contudo, se trata de
futebol, e os 500 pontos perdidos na escala interplanetária de amor
ao esporte não é nada comparados aos pontos que ganha pela sua
falta de razão e excentricidade de nem sempre deixar o melhor
ganhar.
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