23 de ago. de 2016

Falta Futebol

Um analgésico pra dor de cabeça, outro pra dor no corpo, mais um pra dor no coração, daquelas que seu time já deu e, com certeza, continuará dando ao longo da nossa ínfima existência.

Ao assistir o São Paulo domingo, contra o flagelado Inter, doeu na alma. Fez o gosto pelo futebol despencar numa escala interplanetária de amor ao esporte pelo menos 500 pontos (claro que essa escala ultrapassa os milhões). Rômulo Mendonça, sensação da última olimpíada, se mataria de tanto exteriorizar a “lambisgóia”. Aquela bola pipocada, que no vólei bate na rede após o saque e causa um misto de pânico com desnorteio mais uma pitada de “e agora, quem poderá me defender?” no time adversário. O problema é que a bola pipocava de ambos os lados e a todo momento.

Não consigo, por mais que queira, ser romântico da bola. Sei que não teremos, ao menos a médio prazo, um time que me encha os olhos, que me faça aplaudir sem pensar, por puro reflexo, mas espero, pelo menos, que sejamos competentes e capazes de formar algo sutilmente superior ao que foi visto na última apresentação. A sutileza, nesse caso, será melhor do que a encomenda.

Ricardo tem uma missão inglória, e me parece que sua altivez e deferência ao lidar com questões espinhosas não serão suficientes para comandar esta barca remendada, combalida após bombardeio cruel em uma semifinal tão, tão distante.


Quarta é dia de Copa, nossa esperança pro restante do ano. Resta a torcida, a fé e a esperança, mas se formos minimamente razoáveis, imaginaremos terras inférteis também neste torneio. Contudo, se trata de futebol, e os 500 pontos perdidos na escala interplanetária de amor ao esporte não é nada comparados aos pontos que ganha pela sua falta de razão e excentricidade de nem sempre deixar o melhor ganhar.  

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