13 de jun. de 2017

#Rivalizando 1

Sampa

Toda criança sabe quantos lados tem a bola: “Dois! O de dentro e o de fora”.

A singela brincadeira que faz parte da infância de qualquer um não leva em conta, no entanto, a paixão pelo futebol. Quando aprendemos a amar esse jogo, e quando tudo o que gira em torno dele se faz tão importante a ponto de mudar nosso humor, alterar nossa rotina e basicamente definir quem somos, percebemos que a bola tem incontáveis lados.

Um dos mais legais, certamente é o da rivalidade. É ela quem estimula as discussões de bar, e acrescenta uma pitada de sabor à cerveja gelada no pré ou pós jogo. A coluna do rival – nome ainda não institucionalizado como oficial - servirá para exercer o contraponto, questionar o blogueiro e mostrar que sempre existem outros lados.

E o futebol é tão maravilhoso que pregou, como peça do destino, que a ideia dessa coluna surgisse justamente antes daquele jogo onde alguma coisa acontece no coração de todo mundo: Corinthians x São Paulo. Eu, alvinegro, tão acostumado a falar de bola com o escriba tricolor pelos bares da cidade (infelizmente nunca no Brahma, da Ipiranga com a São João), poderia teorizar por horas sobre o jogo, e destacar com sorriso largo a vitória, mas partir para o ataque jogando (escrevendo) fora de casa nem sempre é a melhor ideia.

Má ideia, também, foi a do trainee Rogério Ceni: se prudência é bom, cautela demais é suicídio, e três zagueiros com dois volantes contra o melhor meio campo do país é prova clara de que o aspirante a técnico tricolor não está nem perto de estar pronto. A impressão que dá é que ele analisa tanto que esquece de fazer o simples. Como quem encara frente a frente, mas não vê o rosto.  

“O São Paulo é engraçado”, disse o blogueiro, como quem chama de mau gosto o que viu. E o curioso é que não vi graça. Ainda com todas as falhas, ainda com a inexperiência de Rogério, a lentidão de Lucão e a total falta de criatividade pelo meio, o tricolor equilibrou o jogo no final.

Equilibrar o jogo com esse Corinthians não é fácil. Competitivo, meu time tem um DNA frio e calculista, e quase nunca corre riscos. Bom indicativo de que o São Paulo está encontrando uma linha de trabalho e pode evoluir.  

Engraçado que o primeiro contraponto seja assim: o alvinegro provocador enxergando mais futuro no São Paulo do que o tricolor esperançoso. É o outro lado do antagonismo, onde Narciso acha feio o que não é espelho. O avesso do avesso.

Bom para o campeonato se o tricolor evoluir. Melhor para o blog. 


Rafael Pacheco
Corintiano, botequeiro e comemorador, já caiu e ganhou o mundo. Torce por copos cheios, estádios lotados e conversas não tão vazias

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