Num universo paralelo, a
torcida tricolor é gigante. Neste universo, também! Diametralmente oposta a relação
torcida-dirigentes, onde a primeira mostra que quem carrega o São Paulo é ela
mesma, não importa o tempo ou a razão. A segunda se esquiva, subtrai e trata o
clube como mero passatempo.
Uma queda moral já
consolidada contrasta com a paixão do torcedor, que carregará seu time até as
últimas consequências, fará do campeonato seu parque e empurrará a equipe até o
último suspiro. Atrair mais 100 mil pessoas em apenas dois jogos faz com que a
fábula do futebol seja reforçada, massificada.
O plano de quem fica por trás da mesa nunca é o plano do que senta
no cimento da arquibancada. A visão lá de cima é ampla e enxerga de acordo com
as batidas do coração, a pulsação da coronária, que na queda, bem como na
vitória, acelera, grita desespero, mas atrai e contagia.
Domingo de decisão, não a
que estamos acostumados, mas com os mesmos ingredientes: torcida presente,
clima do lúdico e dos pais. A vitória é mera consequência, pois a ode à torcida
já está devidamente escrita, restando apenas o trabalho manual do mais
excêntrico poeta vivo (ou morto) para lhe dar a tinta sobre o papel.
Dos mais de 50 mil
presentes ao nosso coliseu, me farei junto de espírito, já que a data me é
reservada à comemoração de um símbolo, que é o de se tornar pai. Símbolo que
sobrepõe a vontade de estar presente à luta, de representar o sentimento que
atordoa nas horas difíceis, mas que é sempre a mesma locomotiva disposta a
aumentar a velocidade no sentido de empurrar pra vida.
Esse sentimento de levar o time até o fim talvez justifique porque alguns times que caem, voltam mais fortes. Digo por conhecimento de causa. A queda em 2007 não simplesmente expôs problemas do Corinthians, como também reascendeu em muitos algo que havia se perdido. Algo que não se explica, não se define.
ResponderExcluirCurioso paradoxo do futebol que nos torna mais torcedores nos momentos difíceis.