23 de mai. de 2017

Desafogo

Rogério precisava vencer. Além do fato de ter essa sede no sangue, o clima se tornara denso, com gente estranha numa festa esquisita, ensaiando em praça pública o ato da degola, seria (ou será) precoce, e uma pena.

O time, é claro, sofre; evoluiu pouco, mas ganhou. Era o que precisava fazer, ter um alento nesse início, respirar por uma semana sem o peso de não ter vencido e se preparar para seu seu primeiro clássico no torneio de forma mais serena. De um primeiro tempo razoável para um segundo um tanto quanto sofrido, a equipe mostrou que precisa mais do que nunca deste momento para realizar ajustes.

Além dos ajustes, sinto falta de algo, ou alguém. Pratto luta muito, mas não recebe com gosto a bola do gol; Cueva não se recuperou da última lesão, sofre à falta de ritmo e o time sente; Cícero melhorou, mas tenho a impressão de que sua inconstância fará da equipe refém de sua boa vontade; Jucieli, que contratação, travou a entrada da defesa de forma brilhante, talvez o único momento da temporada em que se possa utilizar tal adjetivo, “brilhante”!

É compreensível que a semente da euforia seja plantada num momento difícil como esse, mas o torcedor tricolor há de se proteger contra a frustração; sábado tem clássico, o rival vem com mais opções e o jogo é duro. O Morumbi é peça chave pro sucesso neste choque, mas vai precisar estar cheio, como nos melhores momentos, para que a energia que sai das arquibancadas de força ao time e empurre na busca pela vitória.

Rodada vai, rodada vem, a tendência é essa: sofrimento. Mas que mal há em se sentir aliviado e comemorar uma vitória que não vinha há tempos?

Desafoga, São Paulo!



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