25 de jul. de 2017

Não fui, mas estava lá

Existe um caminho que virou rotina, como se fora o caminho de casa: descer de um ônibus lotado na Av. Porf. Francisco Morato, caminhar pouco mais de 1 km pela Av. Jorge João Saad, percorrer a rampa de acesso à arquibancada, girar a catraca e procurar um lugar já com os time entrando em campo. Esse percurso foi realizado ontem, com mais 51 mil são paulinos; a diferença é que eu não estava lá, não de corpo.

A partir de 19h me transportei, tal como uma mente viajante, para os arredores do morumbi; tomei minha  cerveja; troquei palavras sobre nossas chances na partida e no campeonato e assisti ao jogo junto a milhares de tensos personagens.

Me compadeci do sofrimento do próximo ao pressentir o gol contra a partir de nossa falha; vibrei e abracei meu par no momento em que nosso meia cutucou a bola pro fundo da rede, chorado, mas gol e suspirei com certo alívio ao apito final e a nem tão discreta comemoração do arbitro por ter feito um jogo limpo.

Ao final, o empate não soou como derrota, o adversário é melhor estruturado, com maior poder de organização, briga na ponta de cima e fez com que nos superássemos. Saí do morumbi aliviado, visto que a evolução se fez presente, lutamos de igual com um candidato ao título e não fizemos feio.

A volta pra casa foi longa, mais difícil do que quando da chegada. O mesmo percurso, mais 50 mil almas caminhando rumo as suas vidas e a sensação real de que não caímos, não estamos devidamente mortos como imaginavam os outros, ao contrário, como São Paulo, nos mostramos vivos e presentes.

A diferença nestes percursos foi que não pude senti qualquer tipo de cansaço físico, pois,
sentado à frente da TV não me é permitido, mas sofri e lutei como todos os presentes de corpo à casa que ontem de alguma forma também foi minha.


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