25 de nov. de 2017

DIO5 LUGANO

Não à toa, Don Diego Lugano é dos principais ídolos da história do clube. Falar da técnica não é lá a melhor forma para descrevê-lo como tal, mas a integridade, lealdade e, sobretudo, o respeito pelo manto tricolor fazem do camisa 5 um dos ícones pós moderno de um dos maiores clubes do planeta.

A capacidade de transpor paradigmas parece inesgotável, mesmo que o comum não consiga identificar novas forma de surpreender, ele conseguiu novamente. Ao ser questionado sobre uma suposta festa de despedida, bradou ao vento que jamais aceitaria tal honraria, não se enxerga ao tamanho de outros gigante, como o M1TO, Raí e tantos outros; refutou tal ideia. 

Capitão ao longo da temporada, mesmo que mal entrando em campo, foi fundamental por recompor o elenco e chacolhar a rapaziada que, dado o péssimo momento, afundava junto à nau tricolor rumo à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. 

Pelo Blog, merece uma despedida digna de um grande ídolo, mas é de se respeitar tal posição. Louvável, pois, tal atitude que vem de encontro ao que o torcedor são paulino carrega com relação ao zagueiro, campeão mundial: Respeito a instituição, aos ídolos e, sobretudo, ao torcedor. 


14 de nov. de 2017

[OFF] Sempre azar da Copa

Há uma contradição permeando o esporte bretão ao longo dos últimos meses. As eliminatórias para a Copa da Rússia serviram de parâmetro para determinar quem gosta de fato de bola e quem gosta de participar do contexto futebol apenas como um simples oba oba.

Argentina, Itália, Holanda... países que amassaram o pão durante as eliminatórias e provaram o que o diabo tem de melhor a dar. Nossos hermanos sufocaram e quase sucumbiram à má campanha. Sorte que há Messi; sorte deles; sorte nossa; sorte da Copa. 

Buffon, de triste despedida, deu adeus à squadra azzurra da forma mais melancólica possível, não conseguiu ser genial a ponto de colocar a tetra campeã em mais uma disputa mundial, não faz gol, não dribla... uma pena. Seu choro pós eliminação, da dor de se perder um rebento, vem coincidir com a tremenda falta que a figura lendária, presente à 5 Copas, fará. Azar da Copa.

Canários, fãs ou não da seleça, que assistiram a tudo e todos de camarote, inalaram a confusão e se debateram expondo prós e contras para que craques não fossem ao mundial, formulando teorias esdrúxulas, rixas descabidas e até contos históricos inexistentes a fim de justificar tal ponto de vista que, convenhamos, não convence ninguém a ponto de desejarmos excluir um craque digno de Copa do Mundo da própria Copa do Mundo.

Torcer para que gigantes não possam desfilar por gramados russos beira a heresia, trata do assunto quem não respira a arte da bola, do drible, do gol. O ônibus parado à entrada da zaga sueca assegurou a vaga para a gelada Rússia, mas fez perder um pouco do encanto, isolar o calor que os grandes transmitem. Perdeu o torcedor, perdeu a Itália, perdeu a Copa do Mundo
.



7 de nov. de 2017

Alívio

Há seis rodada do fim, o São Paulo alçou vôo para bem longe da série B e acabou com o sonho dos rivais de verem gravado o nome de um gigante ao lado dos seus, no fundo do poço.
Com Hernanes novamente inspirado, a equipe se portou como deve, impondo seu ritmo e acuando o adversário, virtualmente rebaixado. Com uma defesa sólida, não tomou sustos e conseguiu a terceira vitória consecutiva neste Brasileirão.
A Libertadores surge ao horizonte e ainda pode ser alcançada para salvar o ano do torcedor que mais sofreu e apoiou ao longo de toda a temporada. Torcida esta que mais uma vez mostrou que consegue carregar o clube da fé nas costas. Encheu o setor que lhe fora destinado em Goiânia e novamente deu show nas arquibancadas.
O Pacaembu, local do próximo encontro, deve novamente estar lotado e pode ser palco de mais uma arrancada histórica. À torcida são paulina, todos os louros, pois esta retomada é especialmente sua, que apoiou, sofreu e vibrou. Só não esqueçamos dos problemas e cobremos os responsáveis ao fim da competição, para que um ano tão tenso como o que finda não se repita jamais.

29 de out. de 2017

Clássico memorável

Futebol não compreende somente o jogo em si, carrega contextualmente uma complexa rede de situações que se desdobram a partir de sua existência. Dentre as suas inúmeras variáveis, uma em especial faz o cérebro e o coração pulsarem; sim, até tu, brucutu, que não transborda, já se sentiu abraçado pelas lembranças que o jogo traz, admita.

A lembrança, presente ao córtex frontal (ponto pro google), faz da vida humana algo memorável, literalmente. Mesmo que sejam das piores ou das desagradáveis, sem a lembrança não se tem o sentido do porque viver, ou sobrevier. Nessa barca, o futebol tem seu lugar cativo, ao menos para este cidadão, não o Kane, que vos escreve.

O ano de 2000, mais precisamente o dia 18/06 (quem aguentaria um paulistão até junho em pleno 2017? Que deus perdoe as pessoas ruins.), Ceni fez história e criou a prazerosa imagem de um gol, o gol de falta. Um gol de falta, feito por um goleiro e numa final de campeonato, mesmo que paulista, é algo memorável. 

Com aquele distante 2x2, veio o título que coroou um belo trabalho, mas mais do que isso, conseguiu posicionar dentro desta caixa de pandora, denominada "minha cabeça", o esporte mais popular do universo... sem pretensão alguma, não sou disso. O prazer fundido à memória daquele momento, o momento do toque da bola na trave e que, na sequência, beija a grama, transpassada a linha branca que pinta a divisória entre o ordinário e êxtase. Sublime!

Foi um belo clássico, trazido à vida por um gatilho específico: a vitória de ontem. Bela vitória, com um Profeta que beira a perfeição, salvando a equipe do abismo, mas que não estava presente àquela final. Uma pena, pois faria parte de algo digno de uma boa história a ser contada, uma bela lembrança.


23 de out. de 2017

do inferno ao purgatório

clima que contrasta com a situação na tabela. foi um pacaembu na dúvida entre o chove e não molha; entre a parte obscura da tabela e o purgatório, no centro. com a típica garoa paulistana, o são paulo retomou o caminho da vitória e se afastou um pouco mais da zona do desconforto.


a sequência inconstante que traz incertezas parece que vai ficando de lado. com a meiuca mais consistente, às custas de mais um tropeço para que dorival compreendesse, a equipe combateu e mostrou que tem tutano para se manter na elite.

hernanes, que profetizara já em sua chegada que não cairíamos, tratou de comandar a equipe e balançar mais uma vez a rede rival, correndo, marcando, driblando e armando, o meia pautou as ações e mostrou novamente o porque da liderança e da aposta alta da torcida em seu futebol.

claro, sofrer ainda é permitido, e a equipe, mesmo com placar folgado, tratou de apimentar mais uma vez a relação jogo x torcida, entregando a bola ao adversário. com defesas importantes, sidão decretou o ponto final sentenciado por um 2x0 que trouxe alívio.


na próxima sessão “aguenta coração”, o santos é o adversário e pode ser o grande divisor de momento no campeonato, onde uma vitória simples, se não matematicamente mas moralmente, sacramenta a permanência e salva a pele dos que por lá habitam sentados às suas cadeiras estofadas em couro legítimo, dentro de quatro paredes confortavelmente erguidas para seus desmandos.

18 de out. de 2017

O Rio de Janeiro continua lindo

Do alto de nossos 30 e tantos graus, a primavera com cara de verão babilônico se apresenta e dita o ritmo na quarta-feira de futebol. Tem Sub-17 com gols da joia bruta Tricolor, Champions a partir do pós-almoço regado à tradicional feijuca com caipirinha, mais Liga no crepúsculo inventado pelo horário de verão, e nosso Brasileirão já com a luz branca da Lua em ponto de bala. 

O Rio de Janeiro, mais precisamente o Maracanã, é palco de mais um duelo na luta pela vida na elite da competição tupiniquim. Do calor que reina, o carioca, bem como sua terra, são retratos tipicamente brasileiros, apresentando o clima tropical misturado com a ginga do futebol.  

Das mulheres de Ipanema aos bares da Lapa, que tem o bom samba correndo pelos becos que adentram Santa Tereza, desembarca no Rio 40 a trupe paulistana pronta à desbancar a malemolência e o r arrastado, empurrando o rival Fluminense, e que Chico me perdoe, ladeira a baixo.

Nem pensar na traiçoeira derrota que espera, tal qual o Cristo, de braços abertos, e que resultaria num caldo nada agradável, que só as ressacas das praias fluminenses podem render. Pois que, mesmo com o charme da cidade maravilhosa à vista, sabidos que sua beleza se revela no contraponto da selva de pedra presente à sampa, o Profeta e companhia tragam na ponte aérea os pontos preciosos, desbravando as terras cariocas.

16 de out. de 2017

O São Paulo precisa de Kaká

Nascido na base de Tricolor, Kaká ressurge à pauta e é a bola da vez nos planos para 2018. Após anúncio de que não continuará no soccer americano, o meia despertou novamente o desejo da equipe em tê-lo para a próxima temporada.

Apesar da idade relativamente elevada, Kaká pode acrescentar muito à equipe, pois é identificado com o clube, tem o carinho do torcedor e possui na técnica diferenciada um notável ponto a seu favor.

Carente de ídolos e liderança, a equipe precisa receber quem te abrace, quem de fato possa doar algo a mais nos momentos de decisão. Ricardo já mostrou em suas passagens pelo clube que pode acrescentar, pode somar e ajudar, principalmente, jovens como L. Fernandes e Shaylon a ganharem confiança e contribuírem com mais frequência.

Além da questão técnico/motivacional, o meia também agrega valor à marca, tem o magnetismo que capta holofotes de diversos pontos do planeta, expandindo ainda mais o nome deste gigante chamado São Paulo.


Por fim, postas as qualidades, aguardemos o fim do Brasileirão, pois é imprescindível a permanência na elite para que o retorno do meia se concretize. Por mais que possa soar novamente como uma cortina de fumaça proporcionada pela defeituosa administração de Leco, Kaká é necessário ao São Paulo.

11 de out. de 2017

A Rússia é aqui!

Falar da bola é corriqueiro. Discorrer sobre partidas, lances, momentos, é algo que dá no mesmo de acordar. Mas o jogo não se trata do simples falar, se trata da conjunção carnal e patriótica entre camisa e povo; vitória e lágrima; derrote e sangue.

De uma boa crônica, o paralelo é sempre bem vindo. O contraste entre o macro, ou seja, a queda de gigantes e o micro, à sua própria queda, é latente, traz a noção e a sensação de que na bola ou no amor, você sempre perde/sempre ganha.

Dá parábola estendida durante um dia de futebol, não esperei que o frisson diminuísse ao longo das partidas, esperei, por certo, que a emoção estivesse sempre presente. Desde C. Ronaldo, passando por A. Robben, até chegar em L. Messi, a TERÇA de futebol foi recheada. Trouxe nuances do oiapoque ao meu chuí; do amor ao ódio, da criação à profanação...

Se chorei ou se sorri, o importante é que hoje, especialmente hoje, eu vi. Vi o além de uma América norteada pelo descaso ao futebol, ou à vontade de ter futebol, que debandou e decidiu não participar do jogo de quem comanda por aquelas bandas, do Trump.

No mais, frigir dos ovos, que nem sou lá muito fã, das pérolas do atlântico e outros continentes, o que faltou foi Chile, mas que Peru merece ser ouvido; e Holanda, tresloucada por um gol inimaginável numa copa brazuca vencida por alemães. E que a Rússia é logo ali!


9 de out. de 2017

De volta pro Horto

Com a longa pausa obrigatória por conta da já definida eliminatória, ao menos para nós, respiramos por um período considerável sem a ajuda de aparelhos e enfermeiros. Quarta feira há a volta, e com ela a permanência da necessidade de ganhar para viver.

Nem Neymar, nem G. Jesus, muito menos P. Coutinho. A grande expectativa está presa lá no horto, enjaulada. Com a vitória, o time passa a ter, ateus, novas perspectivas, e, por mais incrível e absurdo que pareça, pode sonhar com vagas sul-americanas.

Não bote, pois, tanta fé, dedicado sofredor, fica o conselho. Sairmos da tormenta é título; é mais caro que vaga na Liberta. Se a Paulista das comemorações fosse viva, que a caravana da torcida que mais sofre e mais incorpora São Paulo à sua identidade nos últimos tempos deveria tomá-la de assalto, fazer a festa do campeão madrugada à dentro e, no dia seguinte, tratar de usurpar a tranquilidade dos cardeais que colocaram o gigante no labirinto.

De semana cheia, além da quarta, sábado joga-se na velha casa. O Pacaembu é palco novamente, e carrega no charme dos antigos a essência do futebol de Sampa, e que esteja tão cheio e pulsante quanto as últimas partidas dentro do Morumbi.


Semana, portanto, cheia e decisiva, que traz a definição da sorte cada vez mais pro nosso colo. Que o futebol melhorou não há dúvida, mas que essa tal sorte virou, só o tempo pode mostrar.

2 de out. de 2017

Um fantasma chamado Z4

Ficar pela parte de baixo da tabela não tem lá seu charme. As últimas posições são um incomodo que atrapalha o sono do justo e do injusto, faz o cinza mais cinza e dificulta o caminhar.

Ao término da vigésima sexta rodada, o fantasma voltou ao armário; está ali, como quem espera e espreita, mas não reúne forças para abrir a porta. A vitória magra sobre o Sport trouxe ao torcedor uma sensação que há muito não sentia, alívio. Do salto à décima quarta colocação, um suspiro de quem se via preso às próprias correntes e se debatia sem a devida coordenação para se salvar.

Reinventamos um goleiro, que decidiu ser relevante no momento mais oportuno dessa caminhada; garimpamos um não lateral para suprir a ausência de talento dos nossos donos da ala direita; redescobrimos um monstro do meio campo, que vê no Profeta um sopro de beleza nesse universo regido pelo caos.

Do conjunto de fatores que suspenderam o time do z4, o principal é, sem a menor sombra de dúvidas, nossa torcida. E que torcida é essa, meu irmão! Digna de aplausos, confetes e exaltação. Mais de 43 mil pessoas empurraram a equipe, velando a crise adversária.


Dez dias de sossego, mas que não desliga o sinal vermelho pelos lados da Morumbi. Mais algumas vitórias são necessárias para um recomeço, e a equipe precisa demonstrar maturidade, não necessariamente tê-la; e que venha o Galo e a alforria.

25 de set. de 2017

Coragem!

Na esteira da empolgação, cabe pro momento a crítica. O São Paulo ousou quando da sua escalação inicial, tinha a necessidade da vitória e fez jus a ela. Com dois meias e dois atacantes, se propôs a propor, coisa até então tida como perigosa contra o rival, mas a estratégia funcionou; o time foi melhor ao longo de grande parte do jogo, teve chances para aumentar o placar e sair com a vitória, mas pecou, seu comandante pecou pelo retrocesso de ousadia. 

Dorival e seu pecado capital, que foi decisivo para o empate, determinou a sorte de domingo, ou falta dela. Ao recuar a equipe, sacando o meia para povoar a retaguarda, convidou o adversário ao baile. Não precisa-se de grande conhecimento para compreender que ao recuar uma equipe, por consequência, a outra equipe, que precisa correr atras do resultado, vai entender o recado e passará a pressionar. Não deu outra...

Ao final,  o amargo gosto da quase vitória, sabendo que era plenamente possível aumentar o placar, derrubar o rival e sair da zona da confusão. Que a lição seja assimilada e nosso atual comandante não caia novamente na cilada do resultado magro. O Profeta foi cirúrgico quando perguntado sobre o que faltou para que os três pontos caíssem na conta: CORAGEM.

Contudo, apesar de ter na estratégia boa parte da dose de culpa sobre o resultado, não deixemos passar a catastrófica e recorrente má atuação do apitador. Com gol legítimo estranhamente anulado, o rumo da partida teve influência direta do homem de amarelo.  É de se lamentar que nos lances onde há a dúvida, falta também a coragem de decidir da melhor maneira, a forma justa e correta.

Próximo confronto tem o Sport como bola da vez, a torcida que deu seu show com o maior público do Brasil em 2017, deve novamente comparecer. A vitória é questão de vida e a ousadia deve ser privilegiada; vamos à luta com a tal da coragem, que faz parte da receita parra subir.

22 de set. de 2017

Toma conta!

Das palavras de um Profeta, de que a "vida de jogador é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente", descosturo somente "o jogador"; já que da longa semana, essa sucessão se deu a todos os outros, os mortais.

Eventos políticos, culturais e esportivos se sucederam ao longo deste hiato presente entre a última vitória e o majestoso; das palavras discriminatórias do judiciário, passando pela pirotecnia do Rock e suas dezenas de derivações, chegando às eliminações de meio de semana, já corriqueiras para nosotros. 
Dentro desse turbilhão de acontecimentos, o clássico, derradeiro evento, fica para o são paulino como o grand finale. Da expectativa à realidade, surge o momento (mais um) da remontada, hora de se desgarrar a ponta pés da zona da confusão, e por consequência, instalar a dúvida no rival, deixando a crise bater à porta do monocromático.

Dos gols Fabulosos às atuações de gala de um rei, a história revela momentos saborosos, descolados da realidade, da nossa realidade. Ativa a pobre nostalgia e coloca o jogo no patamar das coisas que grudam à memória e que geram uma gama incontável de sensações.

Largue, pois, o almoço com parentes indesejados; esse domingo merece um main event de respeito e com casa cheia. Parafraseando nosso parceiro de camisa, #tomaconta. 

18 de set. de 2017

Meu amigo Hernanes

Se houvesse um modo de escolher com quem você gostaria de se relacionar, de formar uma amizade, certamente escolheria Hernanes como amigo.

De volta do estrangeiro, ainda cuspindo mandarim, o meia não vem poupando esforços. Ajuda o São Paulo dentro e fora de campo sendo um líder que a equipe tanto se ressentiu nos últimos tempos após a aposentadoria de R. Ceni.

Dos predicados necessários a um bom amigo, o cara vem mostrando um pouco de todos. Leal à equipe, corre por todo o campo; marca; rouba bolas; dribla; chuta; dá assistências, um verdadeiro faz tudo, dos que se pode contar à todo momento. Sua pontualidade também é notória, sempre que necessário, em cima da pinta, tira da cartola algo que tira a equipe do sufoco, sempre preciso.

Sabe a hora de cobrar; da bronca que constrói. Trouxe a disciplina chinesa que vem mantendo o time na briga. Não foge a batalha, coloca a bola debaixo do braço e o restante o cerca, protagonista nato. Mas sabe também compartilhar, dividir e incitar os companheiros a se doarem, a jogar por ele e pelo clube.

Claro que todos os meios de mídia existentes já o exaltaram, já detalharam suas qualidades e conquistas, mas me sinto no direito, enquanto postulante ao posto de amigo de falar sobre, mostrar o quanto meu pretenso amigo é relevante e tem feito a diferença.

A remontada passa muito por seus pés e cabeça, o jogo pode evoluir sob sua batuta e o clássico vem para determinar um momento importante de superação. Hernanes tem a missão, que  ele mesmo se encarregou, de salvar o ano da equipe que tanto sentiu a ausência de um grande amigo e que hoje já não sente. Que grande cara!

14 de set. de 2017

São Paulo em vermelho

A vida em vermelho, mas com tons em preto e branco. Escolha, caro, vermelho comuna; vermelho amor; vermelho sangue. Ou não escolha, reúna tudo em um, viva essa intensidade, o turbilhão que teu time te botou. O que você escolheu pra vida te jogando à lona, te levantando e jogando à lona de novo, e de novo, e de novo...

Mas que seja o denso vermelho e não o simplório preto e branco solitário, do sem cor. Não tem rival, não tem lero lero, não tem quais quais quais; cabe aqui a visão do que nunca se viu, do que já se viu e do que queres ver. Que queres, tu, ver?

Os tons se sucedem, se repetem, nos traem. Apesar do quereres, não há especialmente a escolha, há a aceitação, ou não. Conformar-se pode ser, mas não deve, nunca! E não me venha falar de fase, de momento; aos infernos o momento, aos seus infernos, ora. Vamos sentar as partes ao cimento e reenviar o momento pra onde de fato é seu lugar, e não é aqui com você.

Criar chances, angariar tentos, vencer. Que dureza, rapaz! Mas vá lá, ao menos estamos sempre presentes, atentos e apoiando. Até quando? Imprevisível. O vermelho pode secar, sumir, evaporar; mas não deve!
 



11 de set. de 2017

Aquele abraço!

"E cada qual no seu canto/Em cada canto uma dor...". Mestre Chico, sábio, trata bem das nossas dores e para cada canto, cada esquina, cada são paulino, uma visão. Falar mal, falar bem, mal falar; cada um escolhe o seu. Contudo, em qualquer uma das hipóteses, temos que admitir, não é fácil.

Pra quem é de um bom bar, aparecer por essas bandas é dolorido, o balcão nem é mais tão amigo assim; o garçom não serve pra afogar as mágoas; os amigos ~que amigos?~ são encosto que não se vê a hora de desaparecer, mas só até a próxima vitória.

Se o sofredor é caseiro, a internet não perdoa. A memificação da fase é pura tortura, apesar de engraçada. A cada lance, cada bola contra na rede, pululam imagens que remetem à essa história. Ademais, quem nunca passou por isso?

Até o não fanático sofre, o torcedor de ocasião, daqueles que só servem pra gritar é campeão, o famoso "eles ganham milhões...", se pega ali, no olho do furacão e nem sabe o motivo, não conhece do um ao onze. Sofredor por tabela e pela tabela.

Já jogador torcedor sente muito a má fase, sofre como nós, se irrita como nós, luta como nós dentro de seus limites. D. Lugano é um exemplo do torcedor/sofredor/jogador, não necessariamente nessa ordem, mas que amarga e engole de viés as derrotas, como quem machuca a própria alma.

Por fim, e não menos importante, o jogador ladrão, que finge (as vezes nem tanto) que joga, finge que se importa. Engana a si, mas com a grana no bolso e não engana o torcedor. Corre pra não chegar; se esconde à sombra; espera o tempo passar. Parafraseando um grande cara, o Amigão: Cueva, aquele abraço! 

4 de set. de 2017

A torcida salva

Nesse meio, em semana de eliminatória, as notícias não para de balançar o já conturbado ambiente tricolor. R. Caio é jogado aos leões, como se o grande culpado fosse; Cueva vem jogando sua reputação junto ao clube e torcida na lata do lixo; Dorival já contestado, trazendo ao debate sua queda ou não.

Mesmo sem jogar, a má fase tem suas consequências e não deixa de usurpar a tranquilidade. O caos diretivo é presente e a todo momento lembrado, vasculhado e aumentado. Angustiada, a torcida tricolor conta dias e horas para o próximo jogo, que tem o sábado como tão, tão distante. 

Mas como diz o poeta, há que levar o drible por entre as pernas sem perder a linha... O campeonato segue, vida dura à vista e torcida a vera, como se todo jogo fosse o último ou como se não houvesse mais nenhum amanhã. É o que resta, cara!

A Ponte vem aí e eu vou, você vai? O que resta a nós, humanos e mortais é apoiar e estar lá, já que da fase não se aproveita muito, mas a presença é fundamental. No primeiro turno, derrota por 1 x 0 quando do início da derrocada. O inverso pode trazer o recomeço de uma subida, urgente subida diga-se.

Para além, a vitória não só tranquilizará, mas trará certa paz que o mês de setembro precisa, com clássico e confrontos diretos. que podem definir a nossa vida no campeonato e projetar o próximo ano, seja embaixo, seja em cima. 

Se reforça o convite, é obrigatória a presença do fanático nos próximos jogos, ele salva e pode tirar a equipe da zona da confusão. Não abandone o barco, nosso tricolor precisa de você!




1 de set. de 2017

Num universo paralelo

Mais uma decisão a caminho. O tricolor se prepara para o desafio da conquista de sua primeira Copa do Br, contra o Cruzeiro, embalado pela campanha no Campeonato Brasileiro, onde não perde há 13 jogos e segue mais líder do que nunca.

Cueva, líder em assistências no campeonato, vem tratando a decisão como o jogo da vida, onde vencer é a única opção. L. Pratto, artilheiro do campeonato tenta mais um título importante para o currículo e arrisca até placar para o primeiro jogo: 1x0, com gol seu, claro.

Leco, que vem desempenhando papel exemplar na direção do clube, prometeu um elenco competitivo para a próxima temporada, visando a Taça Libertadores de América, já realizando planejamento antecipado para sua disputa.

No gol, Sidão vem mostrando o porquê mereceu a confiança do M1TO. O goleiro menos vazado do país demonstrou frieza na disputa de pênaltis na partida semifinal da Copa, garantindo a passagem da equipe à próxima etapa. A torcida confia em seu jogo e tem no guarda metas um ponto de confiança para levantar o caneco.

Rogério tem as peças em ponto de bala. O trabalho gerou frutos e os títulos estão a caminho. 2017 parecia um ano descompromissado com a vitória, mas a ousadia de nossa diretoria, apostando no trabalho de um técnico emergente, que estudou o futebol, foi recompensada.


Por fim, que nossos rivais estudem o que vem sendo feito, pois o trabalho é digno de aplausos e reverências. O São Paulo 2017 entra para a história e para a memória do torcedor tricolor como um ano memorável, para jamais ser esquecido.

28 de ago. de 2017

Segue o jogo

Clássico é clássico e vice versa. O detalhe definiu nossa sorte e selou mais uma derrota no campeonato tupiniquim. Em terras alviverdes, o tricolor mostrou que tem bala pra trocar e pode ressurgir, mesmo que tardiamente, à disputa.

Bola na trave, chance perdida, falha individual; o choque rei teve ingredientes de sobra para acreditar na virada, na reação. Marcos Guilherme, que imantou a bola aos pés, poderia ter tomado melhor decisão antes do terceiro gol adversário, preferiu a fome e não pensou na vontade do outros, que também queriam comer.

Dos despropósitos da pior fase, Pratto sucumbiu junto à zona da confusão e deixou o campo justo quando podia dar mais; o choque da cabeça com o joelho profético (que voltou a marcar) foi determinante à queda de rendimento e custou caro.

O próximo confronto é em casa, Ponte, e por óbvio só a vitória interessa. Mais uma chance de ratificar uma evolução e respirar das profundezas dessa pedra que é a série B. A torcida é peça chave e deve lotar o Morumbi, como já tem feito.

O tom crítico, mesmo apoiando, é útil e que Dorival atente à carência técnica de nossos laterais, esforçados, mas limitados. Para além, seria de bom tom já tomar por base a necessidade de novas peças para o ano que se aproxima, principalmente pelos lados do campo.

Pois, torcedor são paulino, o campeonato ainda lhe reserva emoções. Prepare o coração de cinco pontas, que este vai palpitar ao longo dos próximos meses e trazer sensações que não havíamos jamais nos permitido sentir. Que seja uma experiência e sirva de ponto de partida para uma reinvenção.

26 de ago. de 2017

Que torcida é essa!

Dentro das quatro linhas a coisa não anda; atrás da mesa, nas cadeiras confortáveis dos cardeais, desanda; a torcida comanda. Se o São Paulo vive, vive por nós, por mim, por você.

O clássico será decisivo, e os times vem mal. Algum fato novo deveria ser apresentado, algo que criasse um ambiente e tirasse a letargia da nossa equipe. E aconteceu... 18 mil pessoas no treino pré-clássico é algo pós moderno, uma arte revelada ao mundo novo e que cria novos paradigmas. 

A salvação da lavoura passa especialmente por esse tipo de reação; se em outros tempos a coisa se "resolvia" a socos, pontapés e furtos de galões d´água, hoje a maturidade bateu à porta. O torcedor percebeu seu papel e sua capacidade de cura, fez a parte que lhe cabe e além.

Que este ato de empatia com a entidade respingue sobre quem toca na bola, sobre os caras que correm atrás do melão. A torcida clamou, pediu e deu a cara, agora pede a contrapartida e ela é possível, basta boa vontade e compromisso. 

O São Paulo Futebol Clube se mostrou, hoje, maior do que sua imaginação algum dia já alcançou. Um dia para ser lembrado, mas um dia para subir à montanha da reflexão: merecemos sofrer dessa maneira?






23 de ago. de 2017

Tomar gol também é belo

O esporte sempre permeou todo e qualquer momento que me vem à memória, desde o princípio da compreensão das coisas. Uma constante desde a primeira infância, vivenciei as disputas desportivas de forma assídua, o que persiste até data presente.

Das disputas, me propunha a pratica de toda e qualquer modalidade, mas com um viés claro evidenciado: o gol. Nas alterações hormonais da juventude, balançava entre posições. Ora gostava de fazer o gol, ora encontrava a beleza na defesa da baliza.

Contudo, a arte que encontramos em todas as partículas vivas até onde a visão alcança, não se baseou no jogo em si. O contexto é algo que cria e move o sentimento, caracterizado pelo conjunto de fatores que tratam de delinear uma atmosfera de prazer. Neste contexto, voltando à juventude, defini em determinado momento que gostaria de ser goleiro, lastimável.

Adepto da plasticidade, tinha em mente uma única finalidade para a minha não tão bem aventurada ida à meta: tomar gol bonito. Claro, ninguém entra em campo (ou quadra) para perder, mas comecei a encontrar beleza à solidão cruel do goleiro no momento de um belo gol, um gol de placa, afinal, sua arte se completa quando da desgraça do guarda metas, ou seja, o goleiro é complemento imprescindível de tal obra.

Passo, pois, a descrever minha ideia de um belo gol, no qual eu era parte fundamental buscando a bola no fundo das redes: a jogada se constrói desde o campo de defesa adversário, iniciando o ataque pelo goleiro, que solta a bola ao beque de fazenda, este, de simples (e bico), empurra a bola direto ao meia, o 10, que já na intermediária de ataque faz uma bela finta de corpo no marcador, o volante brucutu, e dispara com a canhota, chapando a bola com uma curva generosa, que encontra a rede lateral do retângulo, caindo suave após um deslize vulgar. Golaço!

Meu papel, enquanto última esperança de salvação, seria o de observar estático ao centro do gol, com um movimento calculado, onde somente o pescoço toma a ação com a missão de mover os olhos à admiração. A dúvida no grand finale do misancene ficava entre permanecer em pé ou criar um novo movimento, já após a efusiva comemoração do rival, onde dobro as pernas e caio para trás, apresentando aos demais o retrato da desolação. Escolhi ficar de pé, petrificada pela magnitude do momento que criei.


Claro, o resultado de tal empreitada não poderia ser outro se não a abreviação de uma carreira nada promissora. Abandonei a ideia ao primeiro ato, já que os demais não entenderam a arte suprimida, mas carrego esta polaroide grudada na cabeça, sem culpa de ter vivido a magia do gol. 

21 de ago. de 2017

Ressaca na ressacada


As rajadas de vento na ressacada contrastaram com o futebol magro apresentado pelos times no domingo cinzento. Mais um empate, de volta à região inóspita e com a sensação de dever não cumprido.

Parecia ressaca do domingo anterior; o São Paulo novamente com muita dificuldade em criar, chutar, fazer gol... Hernanes salva, visto que sem ele o buraco seria mais embaixo, obscuro. O campeonato se esvai, as rodadas se sobrepõem e a necessidade só aumenta.

No clássico, novamente, não pode se pensar em outra se não a vitória. Dai-me forças, que o coração já dói a cada domingo.  Vi o Inter, o Palmeiras, o Corinthians; vi seus respectivos fanáticos chorarem à queda, e que não seja eu o próximo.

Pratto volta, que esteja descansado, Sidão acordado, e Cueva, assim como o Profeta, com o pé calibrado. A cartilha da zona vem sendo seguida à risca, passo a passo, como um roteiro programado e arquitetado para ser fatídico. Um twist na trama salva, nada além disso.


Dorival não é Muricy, precisa dar nova roupagem à equipe. O duro é ter o carro andando para a troca, perigo constante, acidentes e falhas são características de tal situação. Lamentar fica cada vez mais evidente, o fundo é logo aqui, é palpável e desagradável. Oremos, ó nação tricolor!

18 de ago. de 2017

A vez de Cidão com "S"

Dos ditados batidos do futebol, o São Paulo vive o seu dilema: Time bom começa por um grande goleiro. Cidão com “S” tem mais uma chance de mostrar seu futebol, se joga a luva ou se abre porteira. De idade avançada, estourou tarde pro mundo futebolístico, mas pode ser útil às pretensões da equipe, que viu em Renan alguém pouco confiável, tanto desportivamente quanto nas negociações para renovar seu vínculo com o tricolor.

Surgiu o burburinho da procura de um goleiro estrangeiro para a próxima temporada, ora, daqui não se cultiva nada? Não se produz um arqueiro capaz, sem a necessidade de alçar voos pela SulAmérica bolivariana? Confesso que sinto falta de alguém que segure não só a defesa, mas um bom par de jogos sem sofrer gols ou deixar a pelota escapar por entre os dedos, contudo, penso ser mais saudável tratarmos essa questão de Estado lá pelos lados de Cotia, papo de base, a lá R. Ceni. Mas que Sidão tenha nova chance, oremos.

Outro ponto dolorido, mas compreensível, é a decisão de Gilberto, o artilheiro do cangaço, seguir a vida longe da Barra Funda sitiada. Esforçado, fazedor de gols, não terá espaço enquanto L. Pratto for nosso, merece jogar mais, e que seja feliz enquanto dure o próximo casamento.


Para além destas questões cotidianas, o time volta pro campo domingo, pega o Avaí, adversário direto (lamentos) e precisa se impor, vencer mesmo sem convencer. A desculpa deve dar lugar aos gols, a três pontos urgentes que trariam a leveza de uma boa dose da morfina ao paciente enfermo. Xô, zona da confusão!

14 de ago. de 2017

Proibido sofrer

Será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América católica, onde os mandatários, cardeais tricolores, só farão exercer seus podres poderes?

No dia dos pais deveria ser proibido sofrer de São Paulo; deveria haver uma lei mundial onde sempre teríamos vitória sem sofrimento, sonho. O que aconteceu na partida contra o Cruzeiro nada mais é do que uma mostra do que vem por aí: sofrência.

Se não há a torcida, não há o São Paulo, pois que quem salva do rebaixamento, além dos chinas que cederam o Profeta, somos nós. A depender de quem assina o contracheque, já teríamos ido dessa pra uma muito pior. A vitória foi daquelas de tirar o folego, de novo, em que se fica triste, eufórico, triste e eufórico durante ao menos duas horas.

Que fiquemos de olhos abertos, o resultado engana, o time vai mal; Cruzeiro de time misto, apesar da freguesia, focado em outra competição. Vai ser doído, cambaleando e trançando as pernas, mas é possível. Yes, we can!


Foi um belo presente aos pais, a nós, mas podia ter sido mais fácil! Algumas peças sofrem à má fase, Rodrigo Caio rateou, Bufa não acerta muita coisa e Petros reclama... Que a vitória traga ventos mais brandos e os caras amenizem o nervosismo que a zona do perigo causa.

11 de ago. de 2017

Para a torcida tricolor

Num universo paralelo, a torcida tricolor é gigante. Neste universo, também! Diametralmente oposta a relação torcida-dirigentes, onde a primeira mostra que quem carrega o São Paulo é ela mesma, não importa o tempo ou a razão. A segunda se esquiva, subtrai e trata o clube como mero passatempo.

Uma queda moral já consolidada contrasta com a paixão do torcedor, que carregará seu time até as últimas consequências, fará do campeonato seu parque e empurrará a equipe até o último suspiro. Atrair mais 100 mil pessoas em apenas dois jogos faz com que a fábula do futebol seja reforçada, massificada.

O plano de quem  fica por trás da mesa nunca é o plano do que senta no cimento da arquibancada. A visão lá de cima é ampla e enxerga de acordo com as batidas do coração, a pulsação da coronária, que na queda, bem como na vitória, acelera, grita desespero, mas atrai e contagia.

Domingo de decisão, não a que estamos acostumados, mas com os mesmos ingredientes: torcida presente, clima do lúdico e dos pais. A vitória é mera consequência, pois a ode à torcida já está devidamente escrita, restando apenas o trabalho manual do mais excêntrico poeta vivo (ou morto) para lhe dar a tinta sobre o papel.

Dos mais de 50 mil presentes ao nosso coliseu, me farei junto de espírito, já que a data me é reservada à comemoração de um símbolo, que é o de se tornar pai. Símbolo que sobrepõe a vontade de estar presente à luta, de representar o sentimento que atordoa nas horas difíceis, mas que é sempre a mesma locomotiva disposta a aumentar a velocidade no sentido de empurrar pra vida.

7 de ago. de 2017

São Paulo de todos os santos

Iemanjá é a rainha dos mares, tida como mãe de quase todos os orixás, presente à cultura baiana e famosa por apadrinhar pescadores, moradores e visitantes que se habilitam a pedir sua benção quando de passagem por São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Passagem que causou estragos ao tricolor, que não coube nos braços dessa célebre figura.

Dos pedidos e orações soprados desde São Paulo até a capital baiana, de nada adiantou gastar a prosa africana que abençoa o povo de lá. Derrota após derrota, o tempo passa, a maré sobe e a água, abençoada pela majestade dos oceanos, vai sufocando.

A Bahia presenciou mais um capítulo desse drama que, parece, perdurará por todo o campeonato. O returno chega e traz a angústia de quem frequenta o abismo de forma ameaçadora com uma assiduidade assustadora, como quem brinca com fogo e dá de ombros.

As estrelas dessa nau precisam se impor, reviver e jogar a bola que até agora não jogaram. Um quarteto ofensivo que, no papel, impõe respeito a qualquer adversário que tenha o mínimo de cuidado, tem se esforçado a se esconder, a fugir da batalha.

Que Dorival tenha peito e ideias para reinventar e sobreviver; a fuga do naufrágio iminente passa por esse cabo da boa esperança, e que deuses e deusas, do mar e da terra, caminhem juntos para salvar o que parece fadado à queda...

4 de ago. de 2017

Um pouco de Melodia

“Se alguém quer matar-me de amor / Que me mate no Estácio...”. Da relação que o samba e o futebol carregam, trato, pois, dessa simbiose; de quem partiu, de quem ficou; de quem se eternizou.

Luiz Carlos dos Santos, nome apadrinhado pelas terras tupiniquins, comum por essas bandas, mas que alçou um voo estratosférico quando adotou a/o Melodia, deixando algo belo, que toca alma.

Se traçarmos um paralelo com o nosso destemido futebol, entenderemos que não é só a brutalidade quem determina; a genialidade, bem como o toque de sensibilidade são essenciais. Cada letra, cada gol ou cada grito entoado tanto no show quanto no campo representam a leveza e a suavidade que só a arte pode entregar, e que Melodia sabia bem representar.

Dá fase ruim tira-se lição, coça-se a cabeça e se pensa pra frente. Na derrota, podemos identificar, se quisermos, o que realmente está fora do eixo, nos tornamos humildes de novo. Pois que assim seja com o combalido São Paulo, que sempre ostentou o brilho e a armadura de um imortal, mas que se vê diante do abismo dos comuns.

De “Congênito”, podemos citar um verso apropriado, ideal pra hora: Se a gente falasse menos / Talvez compreendesse mais... pensasse mais, trabalhasse mais. Que ficaria aqui citando passagens apropriadas horas a fio, mas Melodia não pode ser escanteado pra rua da amargura, ao contrário, deve ter o nome gravado às paredes do eterno e cantado aos sete ventos.

Que esses ventos de genialidade soprados para a música se convertam em novos tempos para a torcida tricolor, pois a vida não anda fácil e a porta para a queda é logo ali.


30 de jul. de 2017

Foi épico

No Rio o sábado não foi dos 40, foi da garoa. A épica partida disputada no último sábado entre Botafogo e São Paulo brindou os malucos com algo raro, que entra para história e faz a esperança do torcedor tricolor ressurgir, como fogo em brasa.

À primeira análise, a empolgação se torna um perigo, mas quem se importa? Que jogo, que vitória! Amparado pela profecia, o time se reergueu dentro de uma batalha perdida, onde a derrota era prato feito com esmero e requintes de crueldade, com direito a pênalti perdido e mais uma série de ingredientes presentes ao desespero.

Seis minutos separaram o abismo entre a melancolia e o êxtase. Gol após gol, um conto quase poético foi escrito na capital carioca, mobilizando a galera presente ao Niltão, bem como os milhões de torcedores espalhados por aí com olhos pregados à tela da TV; do gol de cabeça que marcou o empate e o retorno de nossa principal aposta na temporada ao último gol, nos últimos minutos de um estreante inusitado, tudo foi belo.

Poder dizer "eu vi esse jogo" é privilégio, não acontece todo dia. O resgate que este símbolo representa é algo que não se encontra na esquina de casa, não é vendido nas bancas da feira ou no supermercado aí do lado da sua casa. Carrega um material precioso, que alimenta o coração do torcedor.

Quem viu, viu. Quem não viu, ouça as histórias, saboreie o que quem presenciou tem a contar, pois algo grande aconteceu em 29/07/17; o futebol respirou e exalou sua essência de festa pagã, das que são realmente boas; o São Paulo me iludiu (ressurgiu)
como nos bons e velhos tempos.

25 de jul. de 2017

Não fui, mas estava lá

Existe um caminho que virou rotina, como se fora o caminho de casa: descer de um ônibus lotado na Av. Porf. Francisco Morato, caminhar pouco mais de 1 km pela Av. Jorge João Saad, percorrer a rampa de acesso à arquibancada, girar a catraca e procurar um lugar já com os time entrando em campo. Esse percurso foi realizado ontem, com mais 51 mil são paulinos; a diferença é que eu não estava lá, não de corpo.

A partir de 19h me transportei, tal como uma mente viajante, para os arredores do morumbi; tomei minha  cerveja; troquei palavras sobre nossas chances na partida e no campeonato e assisti ao jogo junto a milhares de tensos personagens.

Me compadeci do sofrimento do próximo ao pressentir o gol contra a partir de nossa falha; vibrei e abracei meu par no momento em que nosso meia cutucou a bola pro fundo da rede, chorado, mas gol e suspirei com certo alívio ao apito final e a nem tão discreta comemoração do arbitro por ter feito um jogo limpo.

Ao final, o empate não soou como derrota, o adversário é melhor estruturado, com maior poder de organização, briga na ponta de cima e fez com que nos superássemos. Saí do morumbi aliviado, visto que a evolução se fez presente, lutamos de igual com um candidato ao título e não fizemos feio.

A volta pra casa foi longa, mais difícil do que quando da chegada. O mesmo percurso, mais 50 mil almas caminhando rumo as suas vidas e a sensação real de que não caímos, não estamos devidamente mortos como imaginavam os outros, ao contrário, como São Paulo, nos mostramos vivos e presentes.

A diferença nestes percursos foi que não pude senti qualquer tipo de cansaço físico, pois,
sentado à frente da TV não me é permitido, mas sofri e lutei como todos os presentes de corpo à casa que ontem de alguma forma também foi minha.


20 de jul. de 2017

Sal grosso pra quem?

Aqui quem fala é da terra, não mais o Blog, e quem trata sobre o São Paulo hoje sou eu, a pessoa física, com RG, CPF e pouca grana no bolso. Trato hoje sobre símbolos impostos, que retratam não a crença em algo sobrenatural, que trará a vitória não importa como, mas retratam a incompetência, a clara falta de tato para lidar com algo tão imponente, generoso e estabelecido: São Paulo Futebol Clube. 
Se utilizar de uma ferramenta presente à fé do povo a fim de justificar o mal, a incapacidade ou a vontade de obter para si o gozo de vantagens que uma instituição deste porte pode proporcionar é surreal. Ofende crenças, pensamentos e posições, mas não só religiosas; trata de questões ideológicas que assaltam a luz do dia a grandiosidade que o futebol representa para todo um povo. 

Sal grosso, santinho, oferenda, oração... ano vem, ano vai; um campeonato perdido, outro também; a culpa é dos deuses, mas que não está claro? Enquanto eu, você, o outro somos feitos de bobos. Consumimos o clube, vamos ao campo, respiramos um pouco de São Paulo e acabamos ultrajados com o discurso da fé.

A vitória contra o fraco Vasco da Gama é qualquer nota; o time vai sofrer, vai perder; o torcedor vai sofrer, vai perder; os "donos" do clube vão ganhar, não vão sofrer, mas que importa se temos o sal grosso contra todo o mal, contra o Vasco.

Eu, alerta que sou e estou, imagino um pouco dos caminhos percorridos por esses caras, dos seus interesses, do que lhes move, e claramente não é o sentimento que me move, que locomove, que me faz parar por duas horas qualquer dos meus afazeres para acompanhar e sofrer. 




17 de jul. de 2017

Tenha medo!

A letargia presente ao ano tricolor é contagiante. Do domingo animado com futebol, samba, cerveja, fez-se o incauto e psicodramático fim de feira. Cai a tarde, as pessoas vagam a passos inferiores à lentidão com piscadelas espaçadas, típicas da soneca pós feijoada. 

O alarido criado em torno de um possível rebaixamento lá atrás, do início do campeonato, começa a tomar forma e jeito de verdade; é assustador! A verdade vem, a princípio, comportada, quieta, se fazendo de rogada para, ao longo do martírio, se transformar na besta fantasmagórica que assola o sono do são paulino. 

Do show de horror apresentado nas ultimas rodadas, ontem novos personagens deram o ar da graça, com dificuldades evidentes em se manter atentos à partida, claramente comprometidos no que diz respeito à serenidade necessária para a fluidez de um bom jogo, vide Jr. Tavarez.

O relógio se faz presente e cada vez com um sonoro tic-tac a aumentar o tom. A água sufoca já antes da virada do turno, e nossa acadêmica e letrada diretoria se limita a perpetuar a falta de planejamento e a falta de sensibilidade com relação às necessidades da equipe, tanto na parte técnica quanto na psicológica.

Cabe a nós, meros espectadores/torcedores, recorrermos às mais distintas e curiosas superstições, rezas, orações ou algo que o valha para que o ano não termine como já terminou há alguns para nossos maiores rivais, na queda. 

14 de jul. de 2017

O Blog voltou, o São Paulo não

O Blog foi a descanso. Das necessidades humanas do descanso, este espaço se resguardou por nem tão longos quinze dias, sem, contudo, se desligar das problemáticas do São Paulo. 

Um turbilhão assolou o CCT da Barra Funda durante este período: uma série de derrotas; queda de R. Ceni; zona de rebaixamento; derrota no clássico... não foi fácil. Mas algo, ou alguns permanecem, os grades patronos permanecem com o desmando e expondo a vitrine "tricolor paulista" mundo a fora.

Chegamos a tempo de sofrer com empate diante do Atlético Go, num jogo em que não possível criar algo para além do que já havíamos feito ao longo das primeiras rodadas. Muitas mudanças, troca de jogadores, caras novas, caras velhas que não rendem, e assim se toca o barco.

A esperança é que Dorival, com sua experiência, consiga dar sobrevida ao combalido elenco, que claramente perdeu forças para reagir. Ainda falta muito campeonato, mas a hora de acordar é agora. Caso contrário, a série b é logo ali...

***

Experiência inexplicável teve o Blog ao acompanhar uma partida de mata da Libertadores em Montevideo. Nacional x Botafogo jogaram em 6 de Julho, pelas oitavas de final do torneio. O jogo em si não foi lá grande coisa, mas estar ali, atrás dos "arcos", junto a bateria da principal torcida do Nacional é uma experiência que deveríamos ter como meta.

 Não digo somente ou exclusivamente com o Nacional, mas essa paixão travestida de futebol deve ser explorada por aí, onde a torcida pulsa e o jogo tem seu devido valor.  Além, é claro, de uma visita ao histórico Estádio Centenário, que tem seu charme presente em todos os seus cantos.

26 de jun. de 2017

Abaixo os cardeais!

Sitiado por escândalos políticos e seus presidentes que absorvem o poder para si de maneira despótica, o São Paulo pena. A numeralha disponível a cada tropeço, cada não vitória, demonstra a faceta da doença que corrói não tão silenciosamente as entranhas de um dos maiores clubes das Américas.

Figuras caricatas que se utilizam da grandeza do clube para perpetuar a burrice e a estupidez travestidas de mandatos inesgotáveis, pontes de amizades que se desfazem ao sabor dos ventos e a habitual soberba determinam rumos sombrios à equipe. Torna, portanto, a discussão treinador/jogador mesquinha e rasa.

Ao longo de oito anos, segundo estes números que sobrevoam as redes, treze técnicos e uma centena de jogadores coadjuvaram às custa de paspalhos. Senhores doutores que se apossaram do NOSSO São Paulo a fim de instituir uma monarquia inacessível, dispondo de “cardeais” que lambem sapatos quando lhes é conveniente sempre pensando na boquinha que o poder proporciona.

Ao fim de dez rodadas, incorremos mais uma vez no erro de questionar trabalhos técnicos e táticos, secundários à fuzarca institucional catapultada pela incompetência dos Presidas. Ora, torcida tricolor independente, não se lambuze também dessa pontinha de pseudopoder, faça seu papel e proteste contra mandatários, não contra os serviçais. Vá ao campo sob protesto contra os atos inconsequentes de quem manda, de quem tem o poder nas mãos.

Ídolos caíram, atletas sofreram, técnicos penaram, mas o centro do problema é absurdamente inabalável, goza de proteção inexplicável ao passo que desata em mal planejar e afundar um gigante sem qualquer pudor e remorso. Devolvam o São Paulo aos são paulinos e abandonem o poder, a comunidade agradece!


22 de jun. de 2017

Eu já sabia!

Existem os textos póstumos, escritos em homenagem, ou não, à pessoas ou acontecimentos já ocorridos e que retratam algo de determinada importância e/ou relevância.
Jogar na Arena da Baixada remete exatamente ao contrário, um texto não póstumo, mas sim anterior ao fato consumado, prevendo o que parece ser inevitável, uma derrota.

Evidentemente que estava presente com parcial atenção ao jogo, mas não me surpreendeu o resultado. Primeiro pelo histórico cruel nos jogos em Curitiba, segundo pela má fase da equipe, seguida de uma reestruturação despropositada realizada por nossa diretoria no decorrer do campeonato. Dito isto, o tempo despendido durante a peleja fora substancialmente e prazerosamente consignado. Preferi, e preteri em determinada hora o jogo, contatos próximos de primeiro, segundo e terceiro graus.

Reforços se mostraram úteis, com Denílson, não o show, demonstrando personalidade e alguma capacidade técnica. Brenner, garoto promissor da base (oxalá Leco não coce a mão para levantar verbas), tem um toque diferenciado na pelota e Marcinho voou, correu, lutou... Pena o resultado que todos sabiam.

Ceni sofre, a mídia pesa a todo momento, torcida se comporta de forma precipitada e cobra algo que nenhum treinador conseguiria dar a um São Paulo, que pela enésima vez está em reconstrução. Paciência, novamente, é necessária a fim de segurar a ansiedade e o imediatismo, deixem o homem trabalhar!


Enquanto isso, durante esses confrontos previsíveis contra esse tal Atlético, me atenho a outros afazeres que não o de me comprometer com a derrota que é sempre certa, ao mesmo tempo que consigo me iludir imaginando uma remontada, a reviravolta que irá desfazer essa sina macabra dos jogos em Curitiba.

19 de jun. de 2017

Vá, Lucão!

“A humanidade se divide em dois grupos: os que concordam comigo e os equivocados”, assim Ariano Suassuna, do alto de seus 90 caso vivo estivesse, pitando o papo com humor, definiu o comportamento da comunidade interligada, presente às redes sociais. Pois que R. Ceni certamente se banhou desta pseudo acertiva e bancou, o Blog espera que até ontem, a estadia de Lucas Cavalcante Silva Afonso, vulgo Lucão no time titular do São Paulo.

Não afeito às perseguições, este espaço, contudo, também cansa, também se aborrece e o zagueiro, do alto de sua insistência em cometer erros que custam pontos, parece ter atingido o ápice de sua atabalhoada passagem pelo tricolor. Com duas falhas clamorosas, como diria o outro, participou ativamente dos dois gols sofridos na derrota por 2x1 para o Galo.

Não se esquiva, para além, o Blog em denunciar tal insistência por parte de R. Ceni. Apesar do apoio que lhe é devido e constantemente expressado por essas bandas, o treinador tem sua parcela de culpa e paga caro pela aposta: ao menos duas derrotas na conta. Ainda em tempo, temos outras peças que podem suprir a carência técnica e emocional do já desgastado Lucas.

"Tem gente que não gosta de adjetivo em texto. Eu confesso que não sei escrever nada sem adjetivo." Pois que o Blog se utiliza novamente do mestre Paraibano para desdizer essa política, inclusive já pregada por aqui, da não crítica para legitimar um pensamento que povoa a mente de grande parte da torcida são paulina: Lucas é um zagueiro fraco.


Dito isto, assunto posto e dado como encerrado por aqui. Que tenhamos no próximo jogo algo novo, ou ao menos a volta de R. Caio como alento à fase dura. E que a improvável vitória na Arena da Baixada venha para aliviar as dores e tensões.